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Este espaço é um experimento aberto, amplo, intuitivo e original. Liberto das amarras acadêmicas, sistêmicas e conceituais, sua atmosfera é rarefeita de ideias e ideais. Sua matéria prima é a vida, com seus problemas, desafios e dilemas. Toda angústia relacionada ao existir encontra aqui seu eco e referencial. BOA VIAGEM!

Nesta semana fomos surpreendidos pela notícia de que em 2014 o Brasil será responsável pela realização de um dos maiores eventos mundias: a Copa do Mundo. Esta notícia, num primeiro momento, foi recebida como um coroamento da exemplar organização dos jogos olímpicos, reflexo de uma união conjunta das esferas públicas e privadas, com notória participação da sociedade como um todo - visto o número de pessoas que ajudaram voluntariamente, sem qualquer tipo de remuneração. No entanto, devemos admitir, que a reforma e a contrução de novos estádios de futebol não deveriam estar presentes de forma ostensiva na pauta do dia, afinal, muitos deveres de casa ainda precisam ser feitos. Cabe-nos perguntar quais os verdadeiros benefícios, ou se ousarmos avançar em nossas reflexões, quais serão os verdadeiros beneficiados.

Comumente ouvimos, principalmente em discursos políticos, o termo povo brasileiro, de forma a generalizar e caracterizar o conjunto de pessoas que vivem no território nacional. Dito isso, seria correto afirmar que, se o povo brasileiro será beneficiado na realização da copa em seu país, isso incluiria eu, vc e todos que habitam nosso país. Será? Os benefícios serão repartidos de forma democrática ou de forma indireta? Ora, primeiramente devemos refletir sobre os possíveis benefícios. Os benefícios não são de origem subjetiva, imaterial, ao contrário, primam pela sua concretude e imediatez: hotéis, restaurantes, empresas que fazem os transportes aéreos, a cbf, e os demais responsáveis pela arrecadação do dinheiro dos ingressos, etc... Um dos principais argumentos que poderíamos defender em função da realização da copa no Brasil seria o aumento de novas chances de emprego, mesmo que seja de caráter temporário. Outro forte argumento seria projetar mundialmente nosso país de forma a resgatar a importância da floresta amazônica, da nossa cultura e de nosso povo, ao mesmo tempo mostrar o quanto somos capazes de participar ativamente do processo de globalização, etc.

A grande questão está em saber quanto investimento será necessário na construção e reforma dos estádios sem nos esquecermos das prioridades, ou seja, educação, saúde, segurança e energia. Grande soma de dinheiro público será utilizado na construção e reforma de estádios. Não basta aceitar cegamente por simples impulso emocional o fato de sediarmos um dos maiores eventos mundiais que envolve uma paixão nacional. Não seria desvantajoso atentarmos para uma possível análise de custo benefício e verificarmos quem seriam os verdadeiros beneficiados.

Quais as prioridades do estado?A construção de estádios de futebol? De hospitais? De escolas? De presídios? De casas populares? Será que não deveríamos participar ativamente da forma com que nossos governantes gastam o dinheiro que recebe o nome de público? Estas são as principais questões que devem ser defendidas e refletidas pelo "povo brasileiro" como um todo.

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GINO RIBAS MENEGHITTI

Admiro todas as pessoas que ousam pensar por si mesmas.

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O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

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