Latentes Viagens

Este espaço é um experimento aberto, amplo, intuitivo e original. Liberto das amarras acadêmicas, sistêmicas e conceituais, sua atmosfera é rarefeita de ideias e ideais. Sua matéria prima é a vida, com seus problemas, desafios e dilemas. Toda angústia relacionada ao existir encontra aqui seu eco e referencial. BOA VIAGEM!


O cenário político brasileiro, diga-se de passagem, nunca foi dos melhores. Como se não bastasse os inúmeros casos de corrupção, omissão e impunidade envolvendo famílias e cifras milionárias somos obrigados a conviver com o pesado fardo do desprezo ofertado por uma elite que não se reconhece, e dificilmente se reconhecerá, povo. 

Nossa esquerda, para se eleger, se manter e exercer o poder, foi obrigada a ceder e entrar no emaranhado conluio das trocas de favores, cargos e verbas, realizando concessões e contratos de caráter escuso e duvidoso. Enquanto isso, um número reduzido de nomes e sobrenomes continuavam ditando as regras do jogo, como sempre, para seu próprio benefício e status, tendo como última instância legal e normativa, o uso de seus próprios meios, métodos e critérios. 

Culpados? É difícil, para não dizer impossível, apontar, julgar e condenar um único responsável. A ideia do bode expiatório, infelizmente ainda satisfaz o imediatismo impulsivo das massas mas pessoas minimamente esclarecidas e sensatas não podem e não devem se prestar à este papel. Recorrer ao passado para compreender o presente não é apenas tarefa do filósofo, do sociólogo e do historiador e sim obrigação de todo cidadão que possua o mínimo de coragem, dignidade e decência. 

Debruçar sobre os últimos acontecimentos políticos com uma postura imparcial, impessoal e apartidária é um genuíno convite ao conhecimento, amadurecimento e refinamento da percepção que temos, de nós e de nossa sociedade. 

Por séculos fomos condenados a viver mediante a exploração indiscriminada de outras nações, que usurparam todas as nossas riquezas para poderem prover seus filhos com os mais fartos e faustos recursos. Herdeiros dos grandes latifúndios e dos gritos de horror emitidos da senzala, necessitamos recorrer à história para decifrarmos as chagas e feridas que se encontram presentemente abertas e aparentemente incuráveis: da má distribuição de terras e renda ao título exclusivo de cidadania outorgado de maneira parcial e discriminatória à uma ínfima e ímpia parcela da sociedade.  

Os últimos dados lançados e emitidos pelo IBGE apenas retratam de maneira fidedigna o quanto estamos distantes de uma sociedade mais justa, humana e igualitária. Recorrer ao discurso da melhoria e aperfeiçoamento de nossas instituições educacionais públicas é o último senão o único de nossos apelos e recursos. Se faz necessário lembrar, principalmente nestes obscuros tempos de cortes, contenções e privatizações, que caso quisermos crescer e evoluir mundialmente, devemos modificar nossa arcaica e retrógrada mentalidade que aponta como gasto o que pode e deve ser sempre encarado e tido como o maior e melhor investimento: a educação.   


o andarilho dos trópicos, o ator,
ativista político, o professor,
socialista convicto por amor,
por favor,
sigo abrindo mentes,
plantando sementes,
por um mundo mais justo
igualitário e consciente,
o rap é poesia da quebrada,
salve salve maloca
e a luta armada,
pátria amada mãe gentil,
revolucionários do Brasil,
ide as ruas
e fazei o estardalhaço,
os nervos são de aço,
o coração de gelo,
tudo parece refletir
desespero e medo,
entregar de mão beijada
nossas riquezas,
mas que proeza,
silêncio é testemunha ocular,
querem nos escravizar,
aceitar o sofrimento de joelhos,
a bíblia é escudo e espelho
prefiro usá-la como espada,
verdade não se cala,
eles sentem saudade
do chicote e da senzala,
avante guerreiro
o mais sábio
não é quem despertou primeiro
mas o que acordou mais cedo
capiche?

Seria interessante se pudéssemos voltar no tempo e termos uma aula viva de história. Veríamos que a realidade de hoje, mesmo com todas os seus problemas – ou se preferirmos: desafios – ainda sim é bem melhor do que o mundo de ontem.


***

Nos falta uma análise crítica em relação ao modo de produção e consumo capitalista, que reproduz um estilo de vida egoísta e materialista pautado no individualismo exacerbado. Vivemos num planeta cujos recursos são escasseados e mal divididos: fato. O problema não está no consumo e sim na produção. Será que alguém ainda se questiona sobre a matéria prima e gastos necessários na produção de um carro ou caminhão?

***

Quanto menor nossas necessidades, maiores serão nossas riquezas. O trabalho, que deveria ser fonte de renda, prazer e satisfação - principalmente nestes tempos de automação, em que as máquinas são responsáveis pela execução de grande parte do trabalho cansativo, repetitivo e pesado – se transforma num castigo, corretivo à ser aplicado a uma espécie que convive com o risco e perigo de ser responsável por sua própria extinção.

***

Para quem se encontra no topo da pirâmide é extremamente vantajoso e desejável a perpetuação de uma sociedade organizada em hierarquias, com funções executadas e definidas por uma suposta meritocracia que oculta a luta e divisão de classes. 

***

O grande medo, de todo e qualquer empresário ou político, verdadeiramente rico e poderoso, é o esclarecimento das massas e sua recusa em ceder sua mão de obra em troca de um salário irrisório. Se um dia os trabalhadores de todos os países reivindicarem a justa divisão de recursos e riquezas, a nobreza terá que descer do salto, deixar a casa grande e conviver com a senzala.  Eis seu maior medo: se reconhecer povo.

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GINO RIBAS MENEGHITTI

Admiro todas as pessoas que ousam pensar por si mesmas.

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Frases de Albert Einstein

A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.

O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

A imaginação é mais importante que o conhecimento.

Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada.

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