Muitos dos problemas atuais seriam evitados se o ser humano limitasse seus desejos e se conduzisse de acordo com suas reais aspirações. As grandes empresas multinacionais, visando a lucratividade dos seus negócios, disseminam através da grande mídia, a necessidade de incorporarmos seus produtos às nossas vidas como se fossem indispensáveis à nossa felicidade. O cenário decadente dos grandes centros urbanos, em que a desigualdade social favorece o crescimento dos excluídos e marginalizados pelo sistema, reflete o produto gerado pelo excesso de individualismo e indiferença em que vivemos. A existência material passa a ser a única realidade possível e todos os atos e valores ficam a ela atrelados. O ponto de vista estreita-se e todo manancial energético do ser humano passa a ser utilizado em função de sua segurança e de seu bem estar momentâneo, ilusório e passageiro. Aproveitando-se da natural tendência do ser humano em se enfeitar, a vaidade, além de ser vista como algo positivo, é encorajada por estímulos de toda ordem. A prerrogativa do sistema capitalista é o consumo e seu excitamento ao máximo é a missão das grandes corporações. Aproveitando-se do cansaço físico e mental, as grandes emissoras, no fim de todos os dias, e principalmente em sua programação noturna, repetem incessantemente os apelos comerciais, sem nenhum respeito ou consideração pelas nossas escolhas e opções existenciais. Se por um lado a revolução industrial proporcionou o aumento da produção, possibilitando o acesso de um mesmo produto à um grande número de pessoas por outro, anulou nossas diferenças nos tornando iguais. O conceito de igualdade sempre foi visto como uma premissa para toda e qualquer sociedade que queira pautar suas leis e normas para todos os cidadãos indistintamente. Independente do grau de escolaridade, de esclarecimento e de desenvolvimento intelectual todos somos iguais perante as leis. O não cumprimento de alguma ação obrigatória estabelecida pelo estado por parte de qualquer pessoa será passível de punição. Mas as diferenças, que nos marcam e nos diferem essencialmente, tão importante como este tipo de igualdade, foi esquecido e até mesmo rechaçado de nosso meio. Nas grandes cidades ainda temos a possibilidade de nos afinizarmos entre tribos, no interior, ou nos enquadramos ou somos isolados e discriminados por nossas escolhas por nosso jeito "diferente" de ser. Nossas roupas e a forma com que penteamos nossos cabelos passa a representar nosso estilo, e através deles podemos reconhecer a ideologia que está por trás de nossas ações e escolhas. Todo discurso ideológico oculta sua verdadeira finalidade, que é justamente a de esconder os interesses de uma minoria que lucra com a ignorância alheia. O capitalismo transmite mensagens preconceituosas que podem ser decifradas à luz de um pensar crítico e racional. O despertar da consciência espiritual é um dos meios de se elevar acima das teias do cotidiano mecânico e repetitivo.
19
de
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Gino Ribas Meneghitti
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