A familiaridade com que nos relacionamos com as máquinas e as facilidades por elas proporcionadas realça a intensa necessidade que temos de não nos movermos em direção a nada. Se o propósito da natureza, se é que existe algum propósito, for a criação de uma espécie hierarquizada pela força de sua vontade, com certeza os excluídos do processo de inserção digital serão os maiores beneficiados, visto estarem acostumados, habituados a se entregarem com ardor ao trabalho braçal pesado que muitos continuam a considerá-los como inferior. Aos trabalhos mais pesados, os piores salários e a mais alta cotação nos mercados dos céus... o reino celeste celebra a vinda destes homens e mulheres que com afinco dedicaram sua força e capacidade tão somente a manutenção de sua vida, à sua sobrevivência. E me pergunto: o intelectual erudito que se submeteu ao crivo da razão e que destinou horas e mais horas ao desenvolvimento de seu aparato cognitivo será submetido ao férreo julgamento da massa inculta e ressentida?
As diferenças sociais marcantes, em países subdesenvolvidos como o nosso, que não contam com o apoio maciço da implantação de uma política voltada para a criação de uma tecnologia nacional provoca um sentimento de revolta e de desprezo por aqueles que detêm o poder e a possibilidade de transformar teoria em prática, sonho em realidade.
O comércio clandestino praticado em Brasília não sofre sequer a vista grossa do rappa, enquanto isso, os excluídos, os marginalizados comerciantes da vinte e cinco de março convivem com esta dura realidade.
Enquanto isso, em Ilha Grande no Estado do Rio de Janeiro podemos contemplar o imenso contigente de turistas estrangeiros que aportam em terras amerindias em busca do desbravamento de nossas matas e mares... as belezas naturais brasileiras sendo apreciadas pelos olhos do colonizador...na verdade, creio que não somente eu, mas muitos brasileiros que lá estiveram nesta alta temporada de janeiro de 2009 se sentiram, de fato, os estrangeiros, tão grande era o número de alemães e franceses que se acotovelam na vila do abraão.
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Gino Ribas Meneghitti
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