o desespero de escrever sobre algo
docemente frívolo, sarcásticamente profundo
perversamente inusitado...
a mente humana destinada a criar
a suplantar a mediocridade
a transformar o brilho da vaidade
a procurar dentro de si verdades
na vacuidade da vida passageira
palavras se amontoam e se aglutinam
remetendo a imagens, passagens...
sons ecoam do passado distante
tudo se transforma em nosso rosto
corporificamos o hoje, a nossa imagem e semelhança
a poesia vulgarizou-se no palco da vida
qualquer um pode se meter a ser poeta
as palavras dançam em nossas cabeças
e as idéias flutuam sem direção
somos guiados pela intuição
pela descontrução de um pensamento vão
repetir palavras, adereços e estilos
na tentativa de nos fazermos entendidos
escrever e falar sem razão de ser
de saber efetivamente o que se é
e principalmente o que é que se procura
perceber no silêncio e na quietude
o movimento invisível do esforço árduo
é preciso lutar pela serenidade
é preciso querer de fato a verdade
e ver, se somos capazes de suportá-la
o querer, desejo criado
pela história modificado
ainda há de nos levar a muitas controvérsias
no plano da contemporarização
débil, dissonante, diferente, estúpido, presunçoso
louco, louco, louco
relataria nestes versos meus atos loucos
meus atos imbecis
ardis de uma consciência culpada
visivelmente aturdida por conflitos
ouço, em meu leito, as estridentes gargalhadas de espiritos zombeteiros a me mostrarem minha face mais crua e ao mesmo tempo mais doce... somos acres...
ilhas sem destinação
solitários em nossas divagações
equilibrados em nossas meditações
loucos, loucos, loucos...
a loucura resume tudo
tudo é possível áquele que crê
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