uso camisa de força
na boca uma mordaça
a ditadura do silêncio
opressão que se disfarça
dou vida ao personagem
reverencio a máscara
finjo ser submisso
participo desta farsa
talvez seja uma criança
fazendo breve pirraça
talvez seja só um louco
que pra outro faça graça
talvez seja um palhaço
perdido triste na praça
ou apenas um doente
bebendo sua cachaça
minha voz não é ouvida
e nunca é escutada
e minha alma presença
é sempre subestimada
me recolho no invisível
anonimato da raça
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