perpétua poeira
no baú
dos sonhos
assimetria
de sentimentos
passados
loucos,
surdos,
desventurados
pequenos surtos
vendidos
por ambulantes
traumas varrem
minhas eternas
sequelas
nos escombros
do tempo
vasculho miragens
pilhagens
de memórias
estendidas
no varal
da vida
lavo
minhas máculas
no tanque
da existência
varro
a poeira
do desanimo
limpo
a gelatinosa
ideia
do fracasso
aceito
e acolho
a luz do dia
nos refolhos
da alma
surgem
as caravelas
da coragem
os fantasmas
da aurora
os desatinos
de outrora
a espera
de alguém
experimento
o vazio
dos dias
no silêncio
das horas
na imensidão
da saudade
nos oceanos
da vida
cicatrizes
abertas
ações
curam
feridas
alguém
parte
em busca
de tesouros
longínquos
em terras
estranhas
profundos
abismos
seres
desconhecidos
entoam
líricos hinos
fantasiam
as dores
mitificam
pecados
adornam
virtudes
enterram o ser
na virtualidade
do momento
pregresso
pressinto
o prenúncio
da carne
algema
invisível
que se
rompe
nos delírios
concretos
da noite
açoite
de desejos,
martírio
da vontade
estradas
repisadas
pelo caos
amaldiçoam
os bêbados
o trepados
e os sóbrios
sarcasmo
inerte
da matéria
os loucos
respiram
a margem
descansam
da cidade
suas retinas
viajam
nas dimensões
do ócio
nos abrigos
invisíveis
da alma
as sutis
sensações
do agora
navegam
na nostalgia
dos mares
respiram
a solidão
dos oceanos
acenam
alegres
para suas
próprias
dores
despedem-se
da humanidade
seu último
resquício
se despem
do imediatismo
da úlcera
suprema
vivem
no agora
livre
e fugaz
nada demais
ao homem
plantado
no chão
das convenções
e das certezas
cheio de si
e de outros
iguais
na mesmice
imposta
por suas
vistas
perece
o grito
sufocado
pela
aparência
se submete
ao crivo
e ao dito
dos dilemas!
ser
ou ter
eis
a questão!
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