Este texto foi escrito no intuito único e exclusivo de
permitir ao seu ator a exteriorização bizarra de seus pensamentos e o
desvelamento de seu próprio ser, a
partir de uma perspectiva vazia, inexistente e despreocupada, cada frase, linha
e pensamento não segue nenhum arranjo apenas o fluxo ininterrupto de
pensamentos sucessivos e sem ordem, nasce da necessidade e emergência de
assumir o caos, a teoria dos improváveis e das hipóteses impossíveis, nasce da
dialética entre o existir e o pensar, o criar e o desfazer, não se trata apenas
de retratar os opostos, mas de tentar abarcar o incompreensível de atingir o
insatisfeito, o louco débil que repete maquinalmente seus dias e é incapaz de
se espantar e se surpreender com as belezas simples e rude dos caminhos,
daqueles que desistiram da ideia de ser para ter somente, e não se questionam
sobre a possibilidade de existir dentro de si mesmo uma infinidade de coisas a serem
descobertas, inovadas e descartadas, nasce da necessidade imanente de se ater
ao superficial, de mergulhar sem medo no abismo insondável de si mesmo, das
profundezas da dor e de todo alívio imediato negado, restaurado pelo ápice divino
da rendição e de todo malogro pessoal. Por todos sonho que não foi realizado,
por tudo aquilo que me foi negado, não quero barganhar com a vida em troca de
nada, não quero oferecer meu tempo a um trabalho que não faculta o
desenvolvimento de minhas potencialidades latentes e fecundas, o manancial
contido no espírito transborda, e sua luz fecunda uma nova era, senão para quem
lê ao menos para quem escreve pois serei o primeiro a ser atingindo em meio
deste processo catártico e surreal, ninguém se atreveu até hoje ser igual a si
mesmo, a não ser alguns entusiastas, preciso deste índice de originalidade, ao
meu pequeno eu lhe destino um doce e carinhoso afago, na tentativa inútil de
dissipá-lo das trevas auto impostas pela morte do ego, cabe o venerável ofício
de ser sempre igual e amante de si mesmo. Não preciso de atos nem de ideias
para serem refeitas, ou sequer questionadas,
não permito a mim mesmo neste audacioso instante a desdita do confronto
ocioso de seu fim e do seu destino. Aqueles que travaram uma árdua batalha
dentro de si sabem quantas feridas e chagas ainda estão abertas e qual o tempo
que levam para serem cicatrizadas, sou um homem, animal ferido a caminhar
errante em meio ao aspecto noturno de almas levianas e semi adormecidas, que se
alegram de vivem em seu inconsciente torpor, aqueles que se elevam a
determinada altura geralmente não voltam os mesmos de suas enigmáticas viagens.
Vim defender a tese legitima e insuplantável de todos aqueles que desejam a sua
liberdade, o seu amor e sua quota de gratidão pela vida e por tudo que é
visível, palpável, invisível, imprevisível e inquestionável. Eu vim para
confundir eu não vim para explicar já dizia um célebre comediante e animador de
palco, não devo explicações, justificativas, tudo se funda num só princípio,
escrever sem pensar e refletir sobre um determinado fim e direcionamento,
somente quem não se impõe a si mesmo nenhum tipo de sacrifício ou tormento ao
nível ético está livre das amarras das convenções sociais, políticas e
religiosas, somente a arte para ajudar a se despir e a ajudar a se revestir da
beleza descomunal e singular do óbvio metafísico exercido com certa clareza, certeza e indubitável naturalidade.
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