fui um errante boêmio promíscuo
fiz pacto com as ilusões da noite
sorri ao lado de rostos sofridos
me banhei nas águas do éter etílico
me aventurei pela estrada de falsos amores
abri em meu peito uma grande ferida
na obscura cidade das almas perdidas
estendido na calçada cansado
bebâdo em busca de um cigarro
o alívio imediato de mais um trago
nicotina, álcool, violão, poesia
mulheres, turbulência, caos, alegria
um conjunto de valores inapreciáveis
um complexo de constantes variáveis
química da nostálgica euforia física
gritos rompidos no silêncio da noite fria
uma lágrima mesmo que tardia
uma homenagem póstuma ao dia
em que homens brindavam o amanhecer
e desconheciam a obrigação do relógio obedecer
desciam as escadas cantarolando uma velha canção
uma doentia necessidade de harmonia intíma
nos recônditos da espiritual amizade adormecia
versos de um louco fantasista
herança de músicos, poetas, reacionários
que corajosamente pelos seus ideais lutavam
sonhavam de olhos bem abertos, sempre acordados
pois num lapso de segundo poderiam
novamente serem acorrentados,
por uma ébria paixão dissonante
no planeta das formas gigantes,
das luas coloridas, das estrelas ofuscantes
no olhar de cada figura feminina
que transborda uma vontade infinita
de se enlaçar a outro corpo,
desejo louco
de ser por um instante
também o outro...
13
de
Postado por
Gino Ribas Meneghitti
1 comentários:
Perfeita..Pri
Postar um comentário