Latentes Viagens

Este espaço é um experimento aberto, amplo, intuitivo e original. Liberto das amarras acadêmicas, sistêmicas e conceituais, sua atmosfera é rarefeita de ideias e ideais. Sua matéria prima é a vida, com seus problemas, desafios e dilemas. Toda angústia relacionada ao existir encontra aqui seu eco e referencial. BOA VIAGEM!


O discurso promovido pelo ódio a um único indivíduo e partido concedeu concessões de venda e entrega de nossas riquezas nacionais, vide Amazônia, petróleo e Petrobrás. Sim, a esquerda brasileira deve ser reconstruída e repensada sob o risco de ver suas principais bandeiras naufragarem no tempestuoso mar do descaso, do desprezo e da indiferença. 

O preço de ter feito política a moda antiga, com alianças escusas e descabidas com raposas e aves de rapina da famigerada oligarquia foi pago com o impeachment e o inglório resultado obtido nas últimas eleições. Primando pelo “toma lá, dá cá”, negociando cargos e verbas, alinhando e submetendo seu discurso político e ideológico ao poder de mando e desmando do mercado e de megaempresários, a esquerda brasileira, sobretudo petista, colheu os frutos de seus atos em sua derrocada política e moral. 
  
A elitista golpista e destituída de qualquer caráter e critério ético e moral se viu imbuída da missão de privatizar ganhos e privilégios, enriquecendo o próprio bolso e empobrecendo de vez a nação. É mil vezes preferível entregar nossos recursos para os gringos do que deixá-lo na mão dos políticos corruptos e do Estado devasso. 

O neoliberalismo econômico e o conservadorismo político levou nossa classe média ao delírio, e o povo, como num surto hipnótico coletivo foi arrebanhado por uma legião de sanguessugas e vampiros, lobos em vestes de cordeiros.  Através de mensagens e imagens negativas, baseadas em mentiras (fakenews), reproduzidas à exaustão no púlpito e pela mídia conseguiram convencê-lo que o maior problema da nação era apenas um: Luis Inácio Lula da Silva do PT.  

O caminho para o soerguimento será árduo e pouquíssimas pessoas poderiam prever que em pleno século XXI seríamos capazes de temer o retorno a 64.  A cada dia amanheço sob a tônica do pessimismo e da indiferença. Difícil acreditar e alimentar a esperança em dias melhores tendo como presidente Jair Messias Bolsonaro. A verdadeira revolução não será promulgada através de ritos, leis e passeatas, conflitos, apitos e dissensões mas sim pelo esforço diário e contínuo pela elevação de classes e consciências. 

Os donos da Terra sorriem perante as profecias científicas e bíblicas, ignorando os danos e prejuízos a médio e longo prazo proporcionado pela exploração indiscriminada dos recursos naturais. Raríssimos estudos políticos, econômicos e sociais tratam de forma séria, metódica e acadêmica a nefasta influência do orgulho, da vaidade e do egoísmo na manutenção e perpetuação da violência e da miséria.

A melhoria de vida e condições de nosso povo se dará mediante a educação, a luta de classes e a libertação de consciências. O velho e carcomido discurso do “querer é poder” e da “meritocracia” serve apenas para atestar e legitimar, de forma embusteira e falaciosa, o “status quo” de uma elite ociosa, superficial e fugaz. 

O auto conhecimento é, e sempre será, o antídoto contra a ignorância e a inércia. O verdadeiro inimigo reside dentro e não fora. Os políticos, assim como os donos do poder e do mercado, poderão imprimir o efeito negativo de seus atos, se recusando a dividir riquezas e multiplicando as formas de medo e opressão, mas nunca poderão controlar os nossos pensamentos. 

O Brasil não é um país para principiantes, já profetizava o maestro Antônio Carlos Jobim. Difícil de ser lido, compreendido e interpretado num primeiro momento em virtude de sua dimensão continental, num segundo é forçoso aceitar o desafio de aprofundar o estudo de suas raízes, matrizes e origens. Além das diferenças geográficas, ambientais e climáticas, que resulta numa biodiversidade rica e complexa, de faunas, floras e sistemas, somos uma mistura de raças, culturas e credos. É necessário transpor o abismo da ignorância criado pela intolerância para nos libertarmos do cativeiro dos erros e preconceitos ancestrais. De que adianta a interpretação acadêmica, histórica e sociológica realizada por Buarques, Freires e Fernandes se do homem cordial ao bolsominion à uma longa fileira a ser percorrida?

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GINO RIBAS MENEGHITTI

Admiro todas as pessoas que ousam pensar por si mesmas.

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Frases de Albert Einstein

A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.

O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

A imaginação é mais importante que o conhecimento.

Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada.

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