Desde
dos resultados obtidos nas últimas eleições que não consigo
escrever uma linha sobre o atual governo. Descaso, desprezo ou
indiferença? Nem uma coisa nem outra: desilusão. Confesso: minha
ficha ainda não caiu. É frustrante reconhecer e aceitar a vitória
legítima e democrática do retrocesso e do atraso. Creio, que para a
maioria das pessoas que gozam de uma certa sensibilidade e possuem o
mínimo de inteligência, bom senso e civilidade é degradante para
não dizer vergonhoso, grotesco e bizarro ter como seu principal
líder e governante Jair Messias Bolsonaro. O mundo nos contempla
estupefato, sem compreender os porquês.
Com
seu discurso reacionário, machista e conservador conseguiu convencer
e persuadir um quarto da população de que suas ideias e ideias
seriam capazes de fazer com que o país pudesse dar os primeiros
passos rumo à superação de uma crise política e econômica
perpetrada e imposta pela elite, via golpe, para favorecer e
beneficiar grandes conglomerados estrangeiros interessados na
extração de nosso petróleo.
Só
faltou especificar, de maneira clara, detalhada e específica os
meios e modos de como isso iria se dar. Sem apresentar nenhum tipo de
projeto ou planejamento estratégico, a curto, médio e longo prazo
Bolsonaro se recusou de forma sistemática a participar dos debates
políticos promovidos durante a campanha eleitoral, o que impediu que
suas ideias fossem expostas e confrontadas à luz da razão.
Não
seria exagero dizer que se elegeu graças ao sentimento antipetista
promovido pela mídia e pelo declarado ódio contra as minorias
constituídas em sua maioria de mulheres, negros e homossexuais.
Bolsonaro soube surfar com maestria e rara perspicácia na onda
conservadora que ganhou contornos mundias com a vitória de Donald
Trump nos EUA.
Entre
Velez, Sales, Araújo e Damares pudemos presenciar os desatinos de
uma equipe despreparada e desqualificada que não faz jus aos cargos
que ocupam. Seus ministros velejam no conturbado oceano das
contradições e das incoerências, sob um clima de instabilidade e
insegurança promovido pelas constantes destituições e declarações
via twitter. Incentivo ao desmatamento, ao uso abusivo de
agrotóxicos, cortes de verbas destinadas a educação e políticas
públicas voltadas para o armamento da população contradizem o
discurso construído em torno da figura do homem de bem.
A
base aliada ao governo já se encontra dividida e vários já pulam
do barco numa atitude de extremado medo e desespero, afinal ninguém
quer perder a mamata de vantagens e privilégios proporcionada pelo
futuro ocupante da cadeira presidencial. O Brasil está sendo
governado por um grupo de pessoas que possuem objetivos e metas bem
claras e definidas com ênfase em projetos políticos e econômicos
dirimidos e dirigidos para atender aos seus interesses de cunho
meramente pessoal e particular.
O
projeto político que se delineia diante de nossos olhos consolida o trágico destino de quem se afirma e aceita ser colônia.
Ajoelhados perante os interesses estadunidenses nossa voz e vez se
foram perante a vergonhosa subserviência de nosso presidente em sua
segunda visita em menos de 5 meses aos EUA.
Os
trabalhadores brasileiros, mais uma vez, assistem inertes e
paralisados a retirada de seus direitos. O medo do socialismo assusta
a parcela mais rica e egoísta da população, pois nunca ousarão
dividir a parte que nos cabe deste latifúndio. Mas triste é
constatar que entre a classe dos trabalhadores o comunismo foi tido
como um dos principais motivos de terem escolhido e elegido
Bolsonaro como seu candidato. Pergunto ao trabalhador: o que é o
socialismo?
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