Aos padrões globais
Destes tempos imorais
Rezando por temporais
Cansado de tanto faz
Daqui nada se leva
não quero negociar
mas se for possível
sua alma elevar
darei asas pra voar
olhos para enxergar
ouvidos pra escutar
pernas para caminhar
Neste sombrio precipício
errante eu caminhei
por quantas veredas
alamedas me encontrei
perdido na esquina
no boteco travado
tomando uma cerveja
acendendo um baseado
um cego escravizado
ao vício acorrentado
destruindo minha vida
sorrindo desnorteado
já estive do outro lado
hoje um sequelado
carrego as feridas
da química o estrago
se soubesse o que sei
nunca aceitaria
nem mesmo um dois
cocaína ou tequila
com certeza evitaria
mandaria passear
dá linha na pipa
está ideia não vou comprar
na serenidade
aceito a verdade
avesso a mentira
rejeito a futilidade
quanto tempo
perdido na loucura
vagando pela rua
atento à viatura
assumo outra postura
assisto passivo
o seu carnaval
omisso na política
ativo transcendental
neste mundo imoral
comédia pagando pau
até se achando o tal
mas no fundo é um boçal
fazendo sempre igual
a arte é um instrumento
de lapidação interna
através da poesia
sublimo a minha guerra
2
de
Postado por
Gino Ribas Meneghitti
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