tolo
sagaz
articulado
lado
arte
manifesto
infesto
festa
frestas
segredos
desejos
velados
cores
volúpia
cigarro
baco
dança
orgia
energia
frequência
sintonia
devoro
palavras
mundo
gritos
gemidos
sussurros
teatro
máscaras
ilusão
cosmos
infinito
distração
música
poema
plástico
vomito
concreto
ilógico
mito
conceito
simbólico
hino
preceito
despótico
muda
telepatia
virtual
cor
forma
ideal
árvore
frutos
raiz
verme
abutre
aprendiz
sonora
abundância
de idéias
no caos
monossilábico
da vida...
imagem
passagem
ímpar
trânsito
caótico
de verbos
pulsão
primitiva
prima
por inércia
covardia
anorexia
___________________________________________
vivida
vi vida
passar
gemer
vi ver
----------------------------------------------------------------------
morte:
inicio
do fim
.
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processo
prenúncio
do óbvio
anúncio
de acesso
ao ócio
perspectiva
extendida
ao nervo
óptico
vida
subjetiva
tecida
ao léu
existência
esquecida
na ida
do dono
codificadas
imagens
reflexos
sórdidos
receptores
lunares
inteligíveis
imagens
indizíveis
paisagens
físico
magno
ético
messiânico
mecânico
profético
céu
leste
abscesso
doce
beijo
obcecado
cercado
seca
cerca
seco
lago
espelho
alado
lodo
diario
diodo
doído
endoidado
endiabrado
iodo
moinho
moído
imaculado
olvido
ouvido
eu vi
o vidro
ofuscado
diamante
depreciada
gema
urra
livre
no tempo
a passar!!!!
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Gino Ribas Meneghitti
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Reina soberana supremacia da vontade no oculto vale desértico do prazer, sementes de dor são semeadas e seus frutos não tardam a nascer, em formas multifacetadas, é possível experimentar desde o indescritível sabor da angústia ao sublime sarcasmo da solidão e vazio profundos. A noite é eterna e perpetua os ritos sangrentos consagrados ao egoísmo de outrora, gritos de desespero ecoam solenemente formando uma harmônica canção mórbida e tétrica, irreflexões insistentes são projetadas continuamente revelando o aspecto sombrio e cálido do desejo impulsivo e irrefreável. Notas diabólicas de um festim decadente, cortejo sádico de máscaras com aspectos repulsivos que exteriorizam as paixões diariamente alimentadas por uma alma arcaica e profundamente doente. Conjunto de arbitrariedades sem nenhuma causa aparente, mas tudo se desenrola perante um juiz frio e inviolável, a consciência debruçada sobre si mesma banqueteia-se com os restos de uma doce decadência frívola e fugaz. Percepção de mundos e valores, pânico avassalador a aterrorizar os mais incrédulos, falsos e despreocupados com o verdadeiro sentido e valor da vida. Políticos que passaram pelo mundo despidos de ética e moralidade, que sorriram soberbamente da ignorância e inocência do povo que na urna depositava a sua despótica vontade de poder e império; assassinos frios e todos que da maldade extrema foram servos. Vastos campos solitários desenrolam-se no horizonte de uma dimensão preenchida pelo mistério, o vento ululante é um presságio macabro no terreno habitado por famigerados lobos famintos e ensandecidas hienas zombeteiras, irônica vertigem de uma vida vivida sem reflexão e busca pelo legítimo saber. Suplício de um espírito que viveu a vida em função de um poder efêmero e imaginário. Uma nuvem de morcegos sedentos de sangue consome o cenário desconfigurado e sórdida blasfêmia ecoa ao longe no abismo de dores infindáveis. O agouro místico do iniludível corvo da morte. O coração dilacerado pela ignorância esnoba nas trevas do orgulho o trabalho honrado e dignificado daqueles que os mesmos sempre consideraram como rebanho vil e pobre, quiça digno de pena. A revolta dos que lhe serviram como mero meio de realização da sua ambição desmedida e mercenária retorna como cruel flecha do destino que sempre fizeram questão de ignorar, seus sonhos não foram sequer modificados e vivem alojados no insólito pesadelo provocado por suas vis e mesquinhas inquietações, incapazes de prever o futuro permanecem reféns do medo e da discórdia. Filhos extraviados do amor, sentem em seu íntimo a presença indizível da escuridão e do terror. Cenas estranhas e bizarras avolumam-se em sua queda e sua partida iludida para um mundo melhor se transforma num martírio cínico transmutado pela sua necessidade de em vida ter optado pela guerra. Sua face gélida estremece ao pensar na possibilidade redentora de existir um Pai da Criação e seu coração não conhece conforto apenas pranto e desolação. Nenhuma aventura terrestre valeria a pena se pudéssemos por um dia contemplar este antro deplorável. É necessário entender o porque de alguém no mundo sorrir e outro sofrer. Somente assim estaremos da Verdade mais próximos.
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Gino Ribas Meneghitti
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A madrugada revela seus encantos sórdidos, por muito tempo é vista como má conselheira, a noite, esta perversa... no labirinto infindável de estrelas, contemplamos possibilidades adversas e alheias ao olhar comum... Noite... Não tenho como mensurá-la, és maior do que o mais belo dos oceanos... És por hora indecifrável enigma univérsico apesar de revelar e atuar ativamente nos ciclos dos mares e pr...incipalmente no escaninho invisível de nossa efêmera personalidade, sois composta de astros antropomorfos... Aqueles que ousaram perpetrar teus segredos foram humildemente aceitos em vosso meio, me lembro do visionário Tales de Mileto que foi presenteado com a primeira previsão de um eclipse matemático e perfeito... Tu que invades sem o nosso consciente conssetimento nossa vida torpe e inválida...... dias e horas inumeráveis e você soberba, vaidosamente impecável, revestida pela lua e estrelas, mesmo sabendo que seu brilho é constituído de pequenas variações mórbidas... pois já nasceram mortas as máscaras siderais que lhe revestem de doçura e beleza, e neste palácio de vontades esquecemos de reverenciar e desejar a amizade sincera de seres que habitam além de suas esferas... Venho brindar a pequena quimera chamada matéria... Possamos saber cortejar no silêncio indizível de seu aspecto noturno e sombrio a chama viva e acesa da prosperidade, o destino pequeno e sagrado de cada ser que se encontra neste momento impedido e ofuscado de atravessar livremente com força e alegria seu horizonte alado...
********************************
ma dru ga da =
DOis deGRAus da escaDA,
macomunada com granada,
sem grana nesta estrada
somente (1) grama
de uma pastagem qualquer
fortemente esverdeada...
deveras ser potente
e também envenenada
para nos deixar babando
em contacto com deus
e com o guardião exu
em uma encruzilhada
inté...
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Gino Ribas Meneghitti
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Fósforos riscados... Na geladeira o vazio, na pia panelas sujas e empilhadas. No chão restos de alguma coisa: somente cachaça e cigarro. Suicídio tardio, lento e necessário para perpetuarmos o mal imanente a nossa espécie. Tristeza e angústia seriam meras palavras para poder sintetizar e dizer aquilo que neste exato momento sinto. Solidão e vazio são metáforas do espírito, mas tento me acostumar ao gelo das montanhas mesmo morando num país considerado alegre e tropical. Nada de novo neste momento, apenas um autorretrato decadente do meu profundo abismo abissal... Nado contra a maré e nunca consigo distinguir o certo do errado, o que devo ou não fazer. Meu dia é uma sentença, pois acordo com a certeza de que em qualquer momento meu estômago irá se queixar e terei que saciá lo mais uma vez. Pobre órgão desfigurado, trabalho para ti, sou seu eterno servo e escravo, pelo menos enquanto caminhar e viver neste débil mundo. Me recuso a ver o noticiário e nem mesmo jornal tenho lido mais. Tudo é uma eterna repetição melindrosa de fatos corriqueiros e trágicos, intercalados por anúncios bizarros de consumo. Um convite ao mal humor e ao pessimismo, como se precisasse saber disto ou daquilo para poder sentir isto. Não busco novidades nem evolução. Chega de sempre me ver e me projetar no futuro. Não posso ser nada além daquilo que sou: um espírito encarnado na forma primária de um primata canibal. Possuímos dentes, caninos diga se de passagem, um instrumento que nos põe em prova e cheque nossa "humanidade" e "superioridade". Bem que tento buscar outra jogada, mas sinto ossos e gosto do sangue de meus irmãos menos evoluídos. Nem digo mais nosso, pois sei que cada um guarda para si mesmo sua concepção de mundo. Mesmo que nos expressemos de forma diferente é inevitável pensarmos e agirmos a partir de nós mesmos, com nossos receios, medos e anseios. O mundo é para ser interpretado e não posso permitir ao meu pequeno eu querer ser o único portador de todas esta verdade existente. A beleza existe na matéria, principalmente quando me divirto com ácidos e psicoativos. Vejo super potencializados todos os sentidos e me descubro nesta contemplação totalmente desinteressada, superficial e fugaz, caso queira ficar preso ao critério do tempo. Mas sua dissolução me remete ao espaço e todo sentimento reprimido assim como a chama viva do instinto vem a margem respirar. Sei que devo tentar manter as aparências e todas as formalidades mas sempre caio na mesma pegadinha infame do destino pois ainda não ultrapassei as fronteiras macabras de nossa animalidade ancestral. Macacos e vampiros se deliciam ao me ver apavorado e totalmente desprevenido, principalmente quando meus atos não fazem jus a uma divina assistência espiritual. Desprotegido e aberto vejo de perto o quanto somos portadores da mais lastimável miséria e sarcasmo. Por outro lado não poderia deixar de relatar a espiritualidade latente que se manifesta de forma irrefreável. Impossível não se render ajoelhado aos pés do pai da criação. Nunca iremos conseguir através de um simples relato exprimir o inefável. Somente um louco seria capaz de acreditar que nossa arte, por mais sublime que seja, irá conseguir um dia se aproximar deste êxtase místico, catártico e surreal. O mundo é um mistério e após desvelar alguns véus percebemos que somos assistidos por deuses alegres e divertidos, quiça infernais que dançam desenfreadamente e nos convidam a nos despirmos de nossas máscaras e rasgarmos com destemida coragem este refúgio da covardia e da ignorância. Mas desejamos carne e possuímos vontade de realizarmos nosso mais intimo desejo no aqui agora. A paciência realmente é uma virtude e as nossas escolhas nos servem como espelhos, até mesmo como modelos de tipos conhecidos e cruciais para nossa sobrevivência enquanto prisioneiros errantes deste universo astral. Nada que já não tenha sido dito, refletido e metodicamente analisado. Apenas o retrato de um desconhecido basta para nos sentirmos um pouco mais humano e porque não, integrado e com algum sentido que faça realmente valer a pena esta pequena e transitória jornada terrena.
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Gino Ribas Meneghitti
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GUERRA
Depois da queda
do muro supremo
divisão do mundo
sofreu um arremendo
o muro de berlim
derrubado impunemente
ainda hoje é símbolo
dos tempos presentes
representa euforia,
fim da guerra e vitória
alívio para os eua,
para o império desforra
muitos pensaram ingenuamente
que a guerra teve um fim
mas mesmo assim
eu lhes asseguro
sofreram um impacto
rude duro e obsucuro
somente o tempo
iria ser capaz de dizer
quanto é a fome
a sede de poder
de vinte e três anos
para cá
fico a pensar
na riqueza escondida
neste lugar do mundo
que virou palco de guerra
motivos absurdos
sempre a mesma justificativa
o sistema defende
dissemina
infundada teoria
pense bem
meu irmão
no que eu vou falar
nos países do mundo
que agora vou citar
que a todo instante
os eua insistem em atacar
irã iraque afeganistão
arábia saudita kwait paquistão
geórgia armênia turquia
(neutros ou aliados não importa
é o mesmo cenário)
(neutros ou aliados não importa
é o mesmo cenário)
jordânia líbano "israel*" e síria
(israel tem interesse tbm)
(israel tem interesse tbm)
você estudou um pouco de geografia?
senão repare e perceba
mesmo pedaço de terra
as mesmas riquezas...
petróleo, urânio ganância
para dominar o globo
e matar a esperança
reféns da ignorância
abram o mapa mundi
e leiam recente história
palco de tragédias
ironias e glórias
defendidos por seres destemidos
bin laden foi mero protagonista
mas vários ainda lutam
por suas ideologias
não é só religião
nem puro fanatismo
são terras sagradas
de um povo sofrido
querem a paz
também querem o amor
mas se for preciso
entregam a vida pela dor
de se verem coagidos
invadidos e desrepeitados
em seus direitos civis
humanitários e básicos
um povo oprimido
não pode recuar
tem que ter força pra vencer
armas para amendrontar
tentar fazer recuar
o seu adversário
que se mostra truculento
fraudulento e bárbaro
vamos pesquisar
tentar entender
o porque da guerra
sempre se extender
e nunca ir além
destes alguns países
talvez ali reside
o suporte do crime
para comandar
é preciso controlar
todas as bombas nuclear
e as energias
que num futuro próximo
com certeza irá faltar
me dê outro motivo
procure outro critério
milhares de inocentes
sem direito ao cemitério
proderia escrever um artigo
humano, religioso e cientifíco
mas faço apenas um convite vulgar
tenter compreender
a desumana chacina
contra os fiéis de alá...
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Gino Ribas Meneghitti
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diante de um mundo repleto de ilusões
minha vida é movida por vãs especulações
alucinãções que vieram como aviso
me mostrando de frente a face do inimigo
perigo cuidado com o poder da foice
afie seu machado para evitar o açoite
nunca conheci a verdadeira felicidade
não sou deste planeta,
deste mundo não faço parte
infelizmente são muitas ambições
fantasias imaginárias e vis distrações
não se iluda com as falsas necessidades,
se conserve livre, solto e a parte
a margem e distante é mais fácil observar o erro
persigo o limite, o corpo é o nosso freio
nunca duvide das sensações promovidas pelo sentido
mas nunca imagine que a vida é só isso
cercado de anjos, políticos e vampiros
erga o cálice e agora lhe convido
para sentar no banco da humildade
esqueças as diferenças,
classificações de classe
permita-se por apenas mais algum segundo
pensar e sentir que no futuro será mudo
telepatia é a nova conversa espiritual
o silêncio é o começo do homem universal
vim de longe e reconheço minhas quedas
cada ferida viva minha luta representa
não tenho mágoa , nem mesmo rebeldia
sou obsidiado por apenas uma idéia fixa
liberdade, igualdade e o mínimo de justiça
mas me diga onde estão agora seus valores
se não vive uma vida preenchida por amores
eu sei que é difícil, quase impossível acreditar
mas toda energia pensamento está no ar
basta paciência, calma e crença para observar
um mundo que irá se abrir além do altar
ajoelhado perante falsas concepções
não se percebe refém de suas próprias ilusões
coma carne, invente um novo cenário
mas veja no espelho o seu regime arcaico, precário
de que adianta se nutrir de inveja
se para todo mundo só sobra o fim da festa
eu já estive sentado sozinho
tentando dizer a deus o quanto acredito
mas não foi suficiente para obter a salvação
tive que esquecer de mim e olhar para o irmão
sua vida não passa de um sopro, um segundo
e no final de tudo, todos giram no absurdo
se eu sou louco e vocifero bobagens
na esquina da vida já vi muitas pilantragens
reconheço meus erros, atitudes, desacertos
mas não vim a tôa vivo no desassossego
homens se esquivam de sua missão
não conseguem divisar a fronteira do sermão
então até quando iremos no calar
porque não podemos um novo mundo imaginar
mas só isto não basta é preciso recriar
um novo sentido, além dos abismos
assumindo compromisso,
no futuro veremos cristo.
no futuro veremos cristo.
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Gino Ribas Meneghitti
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30 janeiros se passaram
poucos foram os carnavais
o ressurgir da primavera
a morte de raros animais
nada mudou
no velho novo mundo
procuram carniças
na esquina de um país qualquer
lembro-me bem
no dia em que nos disseram
nada neste mundo é eterno
cuidado nas suas escolhas
pois tudo está envolvido de interesse
não se aproxime de ninguém,
se possível para seu próprio bem
sempre se afaste...
graças a deus existem poetas
extremo alicerce de nossa queda
solitários no sentir e no pensar
norteiam o nosso caminhar
no limite linguístico distinguimos
a inferioridade de nosso ser instinto
o céu ainda é o desafio
caminhamos entre pedras e necessidades
consciente de que deste mundo
infelizmente ainda fazemos parte
não deve ser muito agradável
para um ser espiritualmente evoluído
ter que se deparar todo dia com seu canino
mas se temos que defender a humildade.
diga que sim ainda fazemos parte da humanidade
não acredito no mistério
muito menos em um ser especial
desvendamos os segredos
como mais um ser universal
procuramos na história deste mundo
o motivo de sempre sermos surdos
precisamos sim dos convites da vida
a minha trajetória retrata um suicida
ao menos procuramos pela verdade,
na sinceridade do homem que parte
para abismos e antros indesejáveis
mas que culpa temos?
se tivemos contato com a carne?
carregamos desejos insanos, incofessáveis...
contemplamos caminhos entristecidos
mas somos pelos fatos favorecidos
não existem valores, sorte ou acaso
tudo foi por nós mesmos premeditado
nunca queiras fugir de ti mesmo
pois acima de tudo paira soberbo respeito
mesmo que queira desvencilhar deste tempo
ainda sim sinta o gosto inefável do momento
desligue seus aparelhos televisivos
a distração é um vil lenitivo
queira se encontrar com o silêncio da noite
este exercício nos livra do açoite
não digo com ar de superioridade
tente me entender,
faço parte de sua humanidade
já tive experiências reais e místicas
supremacia ontológica da metafísica
se morresse hoje com certeza desertasse
tomara que o diabo promova a catarse
ligeiro é o tempo, nada tenho a perder
digo de mim, o que você diz de você
tenho saudade de muitos amigos
momentos felizes carrego comigo
me diga onde está a sua saudade
o seu poder, vontade de verdade
sonho com magos bruxas e druidas
sintetizando a mesma vida
interligados por comunhão
aqui não existe nenhuma paixão
o que você quer é produto do meio
não se entregue, critique sem medo
já vi almas nobres vagarem em umbrais
homens discretos para nós tanto faz
mas existiram exemplos na nossa história
pensar por si mesmo eu sei que incomoda
pagamos o preço da liberdade
mas tenha certeza
somos de verdade!!!
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Gino Ribas Meneghitti
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A vida nos embriaga com suas inumeráveis possibilidades de crescimento espiritual. Se por um lado somos repentinamente lançados ao confronto direto de nossos atos e pensamentos ao mesmo tempo temos o absoluto conhecimento das formas como poderíamos viver. Um ser humano, empobrecido materialmente não é impossibilitado de sonhar em um dia poder desfrutar de um iate, de uma mansão e de todos privilégios destinados aos ricos do mundo. A desigualdade social é um mal terrível que tende a dissipar nossas mais íntimas esperanças. Para nós, seres encarnados, reféns da matéria, é extremamente difícil não pensar em termos de comparação. Sabemos que isto provoca um enorme sofrimento visto que atráves de qualquer comparação sempre nos sentiremos inferiores ou superiores desconhecendo desta forma nosso verdadeiro valor. Mas nem tudo está irremediável. Busquemos as causas: por que possuímos esta tendência, de nos compararmos com os outros? E porque as vezes os pais se utilizam deste recurso na tentativa de mudar o comportamento de seus filhos? Com certeza a possibilidade de nos comportamos desta forma se deve ao simples fato de todos nós sermos diferentes. Somos seres marcados por caracteres individuais, cada um de nós possui sua "História de Vida" sendo que podemos colher as merecidas lições, seja de um retirante ou de um phd em psiquiatria clínica. No entanto a forma pela qual passamos pela vida difere substancialmente uns dos outros, a forma pela qual encaramos os problemas revelam se temos uma postura otimista, de fé, de esperança, ou de pessimismo, descrença e desânimo. A melhor imagem para podermos sintetizar o que a vida espera de nós está na própria natureza, a gazela correndo desesperadamente de seu algoz nos dá uma visão do quanto devemos lutar pela vida até o último instante, pois afinal de contas temos a certeza do sopro derradeiro e a morte não é uma fatalidade, ao contrário é uma necessidade natural que todos teremos que passar. Mas não precisamos nos aterrorizar diante da vida, sim ela as vezes é angustiante e causa arrepio pensar nas maldades cometidas pelos seres humanos, seres mentirosos, inescrupulosos, sem caráter.. Quantas pessoas não anseiam por um emprego honesto que lhe proporcionem a satisfação de suas necessidades físicas e psíquicas? A desigualdade material é, visivelmente, uma das principais causas da inveja e do egoísmo, em uma sociedade que prima pela aparência, a pessoa bem sucedida materialmente granjeia facilmente a notoriedade e os aplausos da maioria das pessoas, independente de seu carisma e de seus valores. Neste mundo não podemos falar de valores, príncipios e respeito sem passarmos pelo crivo da sociedade, gostaríamos ao menos de sermos respeitados e não delegados para segundo plano. Todos nós gostaríamos de receber nosso quinhão de respeito e de dignidade. Nada pior no mundo do que nos sentirmos distantes e sem motivação para continuar a caminhada. As vezes mesmo sabendo que existem milhares de pessoas que sofrem mais do que nós ainda sim nos mantemos numa postura negativa, de decepção e de frustração. Na infância todos nós possuímos sonhos cor de rosa e não temos vergonha de revelar nossos mais íntimos sonhos, contudo ao passar esta fase entramos na adolescência e descobrimos que ao mesmo tempo que percebemos as coisas, pessoas e fatos, também somos percebidos e julgados segundo nossas atitudes, surge o senso moral, e os príncipios éticos norteiam nossas relações, estrutando valores, reafirmando atitudes, ganhamos experiência e passamos agir de forma confiante e destemida, elevando nossa estima e a de nossos convivas. Mas nem sempre nos deparamos com pessoas de fácil trato no relacionamento. O relacionamento humano é permeado de conflitos, desejos, medos, recalques. A sociedade vive uma crise de conceitos. Poderíamos por um instante nos indagar quem são, efetivamente, os educadores de nossa geração, por quais meios e modos apreendemos o modo de nos interagirmos com o mundo e com as pessoas. Quando nascemos já encontramos, de certa forma, tudo pronto, apenas nos encaixamos nos moldes estabelecidos pela sociedade vigente. Sabemos, através dos milhares de nãos que recebemos na infância qual o tipo de comportamento é aprovado pelos adultos, ou seja, não respeitamos a infância e sua ávida vontade de conhecimento e de experiências, apenas tentamos moldar a criança a nossa imagem e semelhança, tanto que toda criança "boazinha" é a que se mantém idêntica ao comportamento adulto, a incompatibilidade dela se relacionar com as demais crianças de sua idade passa a ser o referencial de sua superioridade em relação as demais, perdendo dessa forma a possibilidade de se relacionar de forma espontânea e natural, com sua ingenuidade e incoêrencias. Claro que as vontades e os desejos das crianças devem ser dosados, e nosso sim deve ser sim, nosso não não, pois somos responsáveis por aquela alma que se encontra em formação. Nada mais justo e prudente do que recorrer as instituições de cunho educacional e religioso para podermos alicerçar o caráter de nossos pequenos desde cedo, mas os atos dos pais, com certeza, sempre serão o maior referencial no ato de educar, pois se as palavras edificam, o exemplo arrasta. Num clima de incerteza e insegurança é impossível mantermos o equilibrio necessário para podermos a todo instante manifestar um comportamento ideal na frente da criança. Não adianta nos escondermos atrás de uma máscara idealizada por nós mesmos, pois fatalmente um dia cairá, deveríamos utilizar a sinceridade como elemento imprenscidível na relação que estabelecemos conosco mesmos. As crianças são muito mais sensíveis e percebem facilmente quando estamos mentindo e como somos de fato na nossa intimidade. Foi se o tempo em que as crianças eram ingenuamente educadas com os patinhos e os cabritinhos amarelos, agora elas veêm tv, não sei quantas horas por dia, tem acesso a internet, são incentivadas a estudar outras línguas, (o que é muito bom, sempre que não representar um excesso) a exercer inumeráveis papéis dependendo de seu meio social. Claro que num ponto podemos pensar em comum, todas as crianças deveriam ser incentivadas a estudar um instrumento musical, a terem contatos com a artes plásticas, a desenvolverem um trabalho cênico no intuito de se tornarem pessoas desinibidas e bem resolvidas. Mas, como sempre tem um mas não podemos nos esquecer o exorbitante número de pessoas que ficaram traumatizadas com experiências da infância. Aquela criança que era chamada de feia pelos coleguinhas, se transformou num belo rapaz mas não consegue se apaixonar por nenhuma menina bonita, pois ainda não se livrou daquelas imagens de rejeição. Os exemplos seriam fartos e exite uma farta bibliografia referente a vários casos deste e de outros tipos. O menino franzino que não gostava de praticar esportes e que ao se deparar numa situação de inevitável contato físico se esquiva e é cruelmente chamado pelos seus coleguinhas de fracote. A infância também não é um mar de rosa, as vezes ficamos saudosos desse tempo mas apenas nos lembramos dos bons momentos...
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Gino Ribas Meneghitti
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eu sou o chato da mesa
cravejado de erros e perdas
caminho entre homens bêbados
sou o chato da mesa
sinta-se
superior
despeje seus restos em mim
fale, insinue, sorria...
você está certo
sou realmente assim
eu sou o chato da mesa
minha gentileza
se reduz na beleza
de pagar a conta
é sempre bom
ter alguém
para pagar a conta
eu sou o chato da mesa
seu olhar desprezo
me entretém
destarte
me convence
eu sou o chato da mesa
aquele que se conserva indiferente
ao conservadorismo imanente
às convenções do tempo presente
ao refinamento do gosto ambiente
eu sou o chato da mesa
o louco falante
que incorpora macacos
sorri como um cavalo
e de perto acena para a morte
eu sou o chato da mesa
**************************************************************
sou o chato da festa
entre frestas
rombos e quimeras
sou o chato da festa
disparate disparatado
sou o chato
o louco insatisfeito
e acabrunhado
mal amado
mal amante
sou o louco débil
sou um verso
escrito ao avesso
avesso ao mundo
imaginário e caduco
louco mundo desregrado
anjos voam,
demonios gritam
desamparo inexiste
proteção inerte persiste
no vício insano a morte
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
um abraço
um beijo
um aperto de mão
bom dia
boa tarde
olhos nos olhos
vagueio
delírio
meu dia passa
repasso-o
sinto
vazio
profundamente
louco
respiro um pouco
sem vontade de deitar
sento na mesa de um bar
peço uma cerveja
acendo um cigarro
cruzo as pernas
calmamente observo calado
as pessoas à minha volta
mulheres
olhares
desejo
silêncio
miro por pouco tempo o ambiente
meus pensamentos se encontram ausente
sinto
pressinto sua ausência
no peito coração demência
reticência de um texto mal escrito
que insiste em duvidar
negligencio a disciplina
não aceito a rotina
e minha boca quer cantar
louco
espera um pouco
louco, este mundo oco
num instante irá se acabar
a chama da vida não irá apagar
não existe mais diferença entre o dormir e o acordar
tudo passou como uma chuva destas tardes de verão
que conseguem com seu cheiro elevar o coração
lembro-me de minha infância e de meus desejos
inibido por um sentido único, intransferível
_____________________________________________________
confissão
quem não sabe
brigar
bola jogar
menina beijar
está frito, lascado,
este é o retrato
do menino
nascido e criado
no periférico bairro!
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sou movido pelo ímpeto inaudível do outro
do outro parente, morto esquecido
respiro o ar podre de embriagados mendigos
esqueço por um minuto de mim
para me ver no olhar do outro
é a mesma vaidade que impede
a mesma indiferença que impele
a não ver no outro eu
em mim outro não habita
sangue,
martírio de um suicida
venho beber a vida
devorar meu amor
suplantar a dor
urro desesperado
vórtice desequilibrado
verdade oculta
mentira absoluta
fragmento extático
tempo parado penso
sinto o vou ser isto
luz que cega o porvir
tristeza eterna, sem fim
vulgares olhares, espanto
tira gosto, cachaça, vômito
mal necessário a humana espécie
macarrão, farofa, frango,
bucólico almoço de domingo
suspiro por um estado frívolo
a lucidez aumenta minha angústia
a loucura expressa a guerra interna
fantasmagórica, alegre, amena
incurável, letal e eterna
sempre guerra!!!
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quando as palavras são idéias
é hora de transpor o verbo
talvez seja vazio,
talvez seja sincero,
a inspiração
possui algum sentido?
quando não é hora de parar
temos que girar o vazio
pela inspiração contínua
transpor a angústia que aparece
na poética ausência refletida
sincera, pensada e sentida
quando temos inspiração
transpomos o conhecimento
não é contínua a angústia
palavras requerem reflexão
palavras tem conhecimento
sinto parar o vazio
palavras parecem nos possuir
quando transpomos o momento
não é palavra o sentimento
o vazio parece requerer inspiração
é o conhecimento sincero da angústia
quando não é palavra poética
parece conhecimento a reflexão
transpomos a palavra ter
no contínuo querer sincero
vazio momento de sentimento
conhecimento requer inspiração
quando parece transpor
o contínuo vazio
a palavra requer o momento
é sentimento a palavra reflexão
sentimento é inspiração
da poética reflexão do vazio
quando a contínua angústia
não requer palavra
a reflexão tem sentimento
e o poético vazio aparece
vazio é o querer inspiração
sinceridade é reflexão do momento
quando não se é poético
o vazio da sinceridade
é reflexão
requerer contínua palavra
através do vazio do não
é conhecimento a angústia
quando a palavra sentimento aparece
requer a inspiração do momento
quando o vazio não requer o ter
a palavra querer não é sincera
a reflexão contínua sobre o vazio
faz da angústia sentimento
quando a reflexão causa angústia
o vazio da palavra é sentimento
e requer a sinceridade do momento
quando o vazio requer a reflexão
a palavra vazio é angústia contínua
quando a palavra vazio esvazia
requer a angústia contínua da reflexão
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Gino Ribas Meneghitti
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Nestes dias insólitos adormeço com a dúvida gerada pela incerteza, por uma falta de fé mórbida que me impele para a preguiça e a indolência. A vida agita-se sob o bramido nervoso e descontrolado da multidão afeita ao progresso. As novas tecnologia descerram meus olhos para este novo prisma virtual. Aglomerados de pessoas reunidas num intuito vão e desconhecido para mim. A pia da cozinha me remete à ação e as panelas me convidam timidamente ao agir. Insisto em permanecer deitado e a cama, extensão de meu corpo, óbolo divino a contestar meus pensamentos é um convite intríseco a permanência no não ser, do não querer saber das coisas e dos seres ao redor, mas continuamos girando inconscientes no espaço e galáxias longíquas nos brindam com o brilho de suas inusitadas e desconhecidas constelações. Imagino o nascimento de uma nova astrologia, menos antropomorfizada, mas ainda sim imanente aos arquétipo humanos universais.
Diariamente visito as páginas arquivadas da história, abro um relato vivo de países distantes, nações heroícas e orgulhosas de suas conquistas e derrotas. A humanidade forjada pela essência cultural da guerra e da barbárie. Nos templos semi deuses guerreiros são adorados e reverenciados pela tentativa da busca. A ausência de obstáculos e conflitos representa a morte risível da vontade. Um mundo constituído de sonhos, paraíso onírico a preencher minha pobre alma angustiada e vil. Sigo pela estrada da rotina e meu cotidiano se restringe a uma sala cheia de livros, um auxiliar de biblioteca orgulhoso de seu pequeno ofício. A tempestade provocada pelo ácumulo de coisas per fazer, pelos livros que não li, pelo tempo que não dediquei a execução de atos e afazeres realmente importantes e essenciais. Respiro o ar inocente das crianças que brincam com a fantasias inumeráveis proporcionadas por uma imaginação irrefreável e compulsiva por adentrar a realidade subjetiva que a natureza material oculta e por ela vela. Minha vida não é muito diferente do acender um cigarro. Sei que em algum momento ele irá apagar, mas a vontade e o vício irá me levar ao encontro de outro, e assim sucessivamente, num horizonte sem fim e ilimitado, neste termos vislumbro o infinito matemático que atormentou e ainda atormenta os gênios dispostos a viver uma vida pela verdade.
O mito da novidade é continuamente reafirmado nas propagandas e comerciais, na vitrine das vaidades possuir o novo é um acréscimo de força a personalidade, valores humanos atrelados a objetos superficiais, ideologia sórdida, consumidora dos mais belos ideais. E não por acaso a beleza sempre esteve associada a idéia de justiça, mas para uma sociedade reduzida a estatística os números revelam tão somente a miséria imposta a maioria dos povos.
Os devaneios solitários sugerem épocas, cores e transmutações, não posso fugir do sofrimento e do lugar comum, eles me pertecem e considero meu bem mais precioso, talvez o último resquício palpável de minha própria humanidade. Ainda não consegui superar o sentir pelo pensar e minha intuição diz que nesta e em outras vidas isto será impossível, pois o coração bate e sua cadência acelera meu anseio pela morte.
As almas levianas e infantis, acorrentadas ao aspecto exterior da vida, virão seus sonhos e desejos serem reduzidos as cinzas. Num tempo de leveza e paz, a união dos povos se faz necessária pela manutenção da guerra.
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Gino Ribas Meneghitti
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Algarismos geométricos, entes matemáticos, invisíveis abstrações concretas me interessam, repouso sorrateiro no ambiente incrédulo das convenções. Minha alma anseia por espaço mas meu corpo se contenta com o minimo necessário a uma vivência digna porém sem limites imagináveis. Ilusórias são as concepções físicas do corpo e meus atómos anseiam por desintegrar-se no fértil solo das experiências humanas. Como todo aprendiz de feiticeiro que anseia desesperado pela presença de um mestre munido de todas as informações necessárias para dissipar as trevas impostas pela dúvida, caminho sóbrio por entre os últimos resquícios de nossa humanidade, perdida entre o falso brilho de futéis distrações. O ambíguo jogo refinado das pueris considerações sobre o complexo arranjo social, me diz que, todos sem exceção, nos encontramos no presente momento doentes, carentes de um modo de vida simples e completo, daí a necessidade de incorporarmos em nosso dia a dia a idéia heraclítica de sermos um eterno devir, cuja missão primordial se resume na busca pelo equílibrio e pela perfeição. Se estamos distantes desta realidade sombria que anima a maioria dos povos a buscarem o progresso através do desenvolvimento desordenado de algumas tecnologias, corremos o risco de sermos a curto ou médio prazo taxados de loucos ou até mesmo seres subversivos que colaboram para a perpetuidade do pensamento tacanho e retrógrado. No entanto a natureza das coisas nos convida a todo instante ao ato de refletir sobre o por quê de estarmos aqui agora neste planeta cujas condições de realização de nossos mais intímos desejos se afigura distante, perdido em projeções futuras cuja concretização sempre se mostra incerta. Por mais que gozemos de um estado de espírito condizente com nossa essência sempre estaremos de mãos dadas com a vontade de querermos um pouco mais de nós mesmos. O perfeccionismo ingênuo apregoado nos altares foi no decorrer da história substituído por um comportamento competitivo e egoísta que busca acima de tudo a exaltação primária do próprio eu. O valor conferido a personagens que nem de longe podemos chamar de ilustres nos fornece a exata medida do caminho que ainda temos que percorrer. Já não existe tempo para ficarmos atordoados com as messiânicas profecias do final dos tempos pois tudo se desenrola diante de nossos olhos e somente o contato com nossa "sombra" é capaz de fazer com que tenhamos um impulso verdadeiro e consciente rumo a plenificação integral do ser. O viés artístico sempre foi o preferido dos grandes gênios que aterrissaram por alguns instantes no chão da humanidade. O planeta geme sob os acordes desafinados da guerra, impulso primitivo que reflete de forma fidedigna a exacerbação do ser. A medúla óssea do sistema é uma sucessão de miragens criadas sob os moldes de um midiático prazer estéril. A produção em série de seres desajustados com graves distúrbios psíquicos é intensa. Desconectado de nossa realidade intena mergulhamos inertes no tempestuoso mar das aparências sociais, afastando cada vez mais a oportunidade de nos reerguemos perante as adversidades naturais que nos afetam. Existe um abismo entre o que efetivamente somos (ser em si) da pessoa que gostaríamos de ser ( o ser para si), isto nos confere uma certa dualidade que se apresenta imanente ao processo evolutivo. O espírito, portador de conhecimentos milenares muita das vezes desconhece o poder intrínseco de suas faculdades. Adquirimos conhecimentos e acumulamos informações mas nem sempre nos preocupamos em desenvolver de forma justa e saúdavel os bons sentimentos, ao nobres impulsos que nascem do coração cabe a injusticável medida de classificá-los como um sintoma de fraqueza e extremado desespero frente a uma realidade que se afigura muitas vezes cruel e aparentemente sem sentido. As correntes metafísicas ainda repousam esquecidas nos escaninhos da ciência mas é possível entrever de forma intuitiva e racional a unificação de todos os saberes. Muitos serão aqueles que irão professar idéias contrárias ao advento de uma nova era porém diante de tantas ocorrências serão obrigados a se renderem a evidências dos fatos.
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Gino Ribas Meneghitti
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Depois de um breve período enclausurado na débil senzala das convenções humanas eis que desponta no horizonte mais um irrecusável convite da vida. Superdimensionamos nossos problemas e nos esquecemos facilmente dos compromissos assumidos em outra dimensão. Aparentemente não temos controle sobre os acontecimentos da vida mas tudo se sucede segundo uma ordem natural, uma sucessão de atos desagua no rio das consequências. O manancial contido no interior do ser humano continua coberto pela hipócrita covardia dos tempos modernos. Revestida de máscaras e desejos inconfessáveis a sociedade busca refúgio na corrupção dos costumes, investindo todas as suas fichas na manutenção da fraqueza humana. Dotada de recursos inquestionáveis na arte do convencimento, faz com que o supérfluo se torne uma real necessidade. Este valor conferido aos objetos é um visível sintoma de cegueira espiritual. Deixando de atender ao chamado do espírito o corpo se rende inerte à um conjunto de falsas imagens projetadas pelo pequeno eu. O ser se rende alegre e feliz aos pés de uma vida preenchida pela etílica miragem de uma vã sexta feira. O pressuposto da felicidade é um sorriso mecânico guiado pelas quatro rodas. O regime extravagante de alguns povos, ditos ascetas, seria a receita correta para empreendermos o caminho de volta à nossa verdadeira natureza. O espírito anseia por despertar e participar ativo do grande concerto da criação. O regente, oculto e invisível, se manifesta na simplicidade sensível ao detalhe. Tanto nos pequenos quanto grandes acontecimentos somos levados a refletir sobre o que originou a sua causa. A magia renovada do amor abre as portas de um mundo justo e verdadeiro, em que a luz abundante não deixa espaço para as dúvidas projetadas pelas nossas sombras. Despido de sua velha couraça de preconceitos o espírito visualiza confiante um futuro repleto de oportunidades de crescimento e aprendizado. Após ter partilhado por algum tempo do banquete promovido pelos porcos seu corpo fragilizado pela ignorância clama por um momento de reflexão. Ao ver descaracterizado seu pomposo aspecto exterior, percebe que sempre se refugiou por detrás da imagem de um falso eu, reconhecido por rótulos e exterioridades sem nenhum tipo de contacto com a realidade. Banalizam o sexo, desconhecem o amor, priorizam o prazer e se transformam em servos da dor. O crucifixo de fato é apenas uma imagem que simboliza uma passagem, a morte do homem velho e o nascimento do homem novo. Uma nova roupagem se anuncia e se antes a natureza lhe servia como guia agora poderá recorrer ao estudo metódico e dedicado dos fatos que desenrolam-se bem debaixo do seu nariz. Sem desconfiar de que pode estar sendo constantemente enganado, o homem cego pelo orgulho continua na sua busca desenfreada pelo poder, tiranizando seres e pagando pelo inferno a prestação. Nunca ouseis levantar o nome de deus em vão, mas por amor ao perdão, saibamos também a nossa hora de dizer não.