Latentes Viagens

Este espaço é um experimento aberto, amplo, intuitivo e original. Liberto das amarras acadêmicas, sistêmicas e conceituais, sua atmosfera é rarefeita de ideias e ideais. Sua matéria prima é a vida, com seus problemas, desafios e dilemas. Toda angústia relacionada ao existir encontra aqui seu eco e referencial. BOA VIAGEM!



A vida nos embriaga com suas inumeráveis possibilidades de crescimento espiritual. Se por um lado somos repentinamente lançados ao confronto direto de nossos atos e pensamentos ao mesmo tempo temos o absoluto conhecimento das formas como poderíamos viver. Um ser humano, empobrecido materialmente não é impossibilitado de sonhar em um dia poder desfrutar de um iate, de uma mansão e de todos privilégios destinados aos ricos do mundo. A desigualdade social é um mal terrível que tende a dissipar nossas mais íntimas esperanças. Para nós, seres encarnados, reféns da matéria, é extremamente difícil não pensar em termos de comparação. Sabemos que isto provoca um enorme sofrimento visto que atráves de qualquer comparação sempre nos sentiremos inferiores ou superiores desconhecendo desta forma nosso verdadeiro valor. Mas nem tudo está irremediável. Busquemos as causas: por que possuímos esta tendência, de nos compararmos com os outros? E porque as vezes os pais se utilizam deste recurso na tentativa de mudar o comportamento de seus filhos? Com certeza a possibilidade de nos comportamos desta forma se deve ao simples fato de todos nós sermos diferentes. Somos seres marcados por caracteres individuais, cada um de nós possui sua "História de Vida" sendo que podemos colher as merecidas lições, seja de um retirante ou de um phd em psiquiatria clínica. No entanto a forma pela qual passamos pela vida difere substancialmente uns dos outros, a forma pela qual encaramos os problemas revelam se temos uma postura otimista, de fé, de esperança, ou de pessimismo, descrença e desânimo. A melhor imagem para podermos sintetizar o que a vida espera de nós está na própria natureza, a gazela correndo desesperadamente de seu algoz nos dá uma visão do quanto devemos lutar pela vida até o último instante, pois afinal de contas temos a certeza do sopro derradeiro e a morte não é uma fatalidade, ao contrário é uma necessidade natural que todos teremos que passar. Mas não precisamos nos aterrorizar diante da vida, sim ela as vezes é angustiante e causa arrepio pensar nas maldades cometidas pelos seres humanos, seres mentirosos, inescrupulosos, sem caráter.. Quantas pessoas não anseiam por um emprego honesto que lhe proporcionem a satisfação de suas necessidades físicas e psíquicas? A desigualdade material é, visivelmente, uma das principais causas da inveja e do egoísmo, em uma sociedade que prima pela aparência, a pessoa bem sucedida materialmente granjeia facilmente a notoriedade e os aplausos da maioria das pessoas, independente de seu carisma e de seus valores. Neste mundo não podemos falar de valores, príncipios e respeito sem passarmos pelo crivo da sociedade, gostaríamos ao menos de sermos respeitados e não delegados para segundo plano. Todos nós gostaríamos de receber nosso quinhão de respeito e de dignidade. Nada pior no mundo do que nos sentirmos distantes e sem motivação para continuar a caminhada. As vezes mesmo sabendo que existem milhares de pessoas que sofrem mais do que nós ainda sim nos mantemos numa postura negativa, de decepção e de frustração. Na infância todos nós possuímos sonhos cor de rosa e não temos vergonha de revelar nossos mais íntimos sonhos, contudo ao passar esta fase entramos na adolescência e descobrimos que ao mesmo tempo que percebemos as coisas, pessoas e fatos, também somos percebidos e julgados segundo nossas atitudes, surge o senso moral, e os príncipios éticos norteiam nossas relações, estrutando valores, reafirmando atitudes, ganhamos experiência e passamos agir de forma confiante e destemida, elevando nossa estima e a de nossos convivas. Mas nem sempre nos deparamos com pessoas de fácil trato no relacionamento. O relacionamento humano é permeado de conflitos, desejos, medos, recalques. A sociedade vive uma crise de conceitos. Poderíamos por um instante nos indagar quem são, efetivamente, os educadores de nossa geração, por quais meios e modos apreendemos o modo de nos interagirmos com o mundo e com as pessoas. Quando nascemos já encontramos, de certa forma, tudo pronto, apenas nos encaixamos nos moldes estabelecidos pela sociedade vigente. Sabemos, através dos milhares de nãos que recebemos na infância qual o tipo de comportamento é aprovado pelos adultos, ou seja, não respeitamos a infância e sua ávida vontade de conhecimento e de experiências, apenas tentamos moldar a criança a nossa imagem e semelhança, tanto que toda criança "boazinha" é a que se mantém idêntica ao comportamento adulto, a incompatibilidade dela se relacionar com as demais crianças de sua idade passa a ser o referencial de sua superioridade em relação as demais, perdendo dessa forma a possibilidade de se relacionar de forma espontânea e natural, com sua ingenuidade e incoêrencias. Claro que as vontades e os desejos das crianças devem ser dosados, e nosso sim deve ser sim, nosso não não, pois somos responsáveis por aquela alma que se encontra em formação. Nada mais justo e prudente do que recorrer as instituições de cunho educacional e religioso para podermos alicerçar o caráter de nossos pequenos desde cedo, mas os atos dos pais, com certeza, sempre serão o maior referencial no ato de educar, pois se as palavras edificam, o exemplo arrasta. Num clima de incerteza e insegurança é impossível mantermos o equilibrio necessário para podermos a todo instante manifestar um comportamento ideal na frente da criança. Não adianta nos escondermos atrás de uma máscara idealizada por nós mesmos, pois fatalmente um dia cairá, deveríamos utilizar a sinceridade como elemento imprenscidível na relação que estabelecemos conosco mesmos. As crianças são muito mais sensíveis e percebem facilmente quando estamos mentindo e como somos de fato na nossa intimidade. Foi se o tempo em que as crianças eram ingenuamente educadas com os patinhos e os cabritinhos amarelos, agora elas veêm tv, não sei quantas horas por dia, tem acesso a internet, são incentivadas a estudar outras línguas, (o que é muito bom, sempre que não representar um excesso) a exercer inumeráveis papéis dependendo de seu meio social. Claro que num ponto podemos pensar em comum, todas as crianças deveriam ser incentivadas a estudar um instrumento musical, a terem contatos com a artes plásticas, a desenvolverem um trabalho cênico no intuito de se tornarem pessoas desinibidas e bem resolvidas. Mas, como sempre tem um mas não podemos nos esquecer o exorbitante número de pessoas que ficaram traumatizadas com experiências da infância. Aquela criança que era chamada de feia pelos coleguinhas, se transformou num belo rapaz mas não consegue se apaixonar por nenhuma menina bonita, pois ainda não se livrou daquelas imagens de rejeição. Os exemplos seriam fartos e exite uma farta bibliografia referente a vários casos deste e de outros tipos. O menino franzino que não gostava de praticar esportes e que ao se deparar numa situação de inevitável contato físico se esquiva e é cruelmente chamado pelos seus coleguinhas de fracote. A infância também não é um mar de rosa, as vezes ficamos saudosos desse tempo mas apenas nos lembramos dos bons momentos...

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GINO RIBAS MENEGHITTI

Admiro todas as pessoas que ousam pensar por si mesmas.

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Frases de Albert Einstein

A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.

O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

A imaginação é mais importante que o conhecimento.

Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada.

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