Estamos vivendo o mesmo período político que a Itália dos anos 70 e a Colômbia dos anos 80 com a grande diferença de termos meios de controle e dominação de massas muito mais sofisticados e tecnologicamente evoluídos. A elite econômica do país, dita de direita, cuja ala mais conservadora e radical é representada por militares, monopolizava sozinha o tráfico de drogas e armas em nosso país sendo que os Estados Unidos (AR-15) eram seus principais fornecedores. Com o nascimento do Crime Organizado, a Queda do Muro de Berlim e o fim do Regime Militar no final da década de 80, outros países passaram a fazer parte deste lucrativo negócio, destacando-se Alemanha (HK), Rússia (AK-47) e Israel (UZI). Vou listar uma série de fatores que determinaram, para o bem e para o mal, a formação desta nova ordem e do nosso sistema político. O ministro das comunicações, pós ditadura, no governo Sarney, Antônio Carlos Magalhães, distribui entre seus amigos e aliados, a concessão de retransmissão dos sinais da rede globo. Roberto Marinho, inteligentemente, utilizou de seu poder e estabeleceu uma perigosa rede de influência política para manter e perpetuar o seu império. A Petrobas, nesta época, começa a assinar contratos com empresas de índole no mínimo duvidosa que já tinham interesse na sua privatização. Veja bem, até então, já temos uma relação promíscua, que se estende até os dias de hoje, entre os meios de comunicação de massa, políticos, empreiteiras e o tráfico de armas e drogas. Financiadas pelos principais cartéis de drogas do mundo (incluindo o de Cali, Medellin e Tijuana) e pelas maiores e principais máfias (na época a italiana, pois hoje já se sabe das ramificações com o Al Queda, Iakuza e a máfia russa), as principais facções criminosas no Brasil passaram a desempenhar importante papel na aquisição de armas e drogas. O Brasil sempre serviu de rota e ponte entre produtores e fornecedores, entre a América e a Europa, se alguém tiver dúvidas pesquise o caso Ilha Bella. Pois bem, para não me alongar muito, mas para fazer com que visualizem com seus próprios olhos este cenário, gostaria de lhe convidar para percorrer os corredores da história e citar uma nação que tenha aceitado em seu meio a realização de tão arriscado consórcio. O aeroporto em Cláudio e o helicóptero de Zezé Perrela são apenas a ponta do iceberg. Hoje, militares e narcotraficantes estão de mãos dadas, sorrindo, perante os cifrões obtidos com seu lucrativo negócio. Os principais e maiores segmentos políticos, econômicos e sociais da sociedade estão corrompidos, desde dos banqueiros, empreiteiros, empresários da comunicação até o menor que empunha seu fuzil e vende um papelote. Para não parecer teoria da conspiração, pesquise os nomes dos deputados que compõem a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, você verá que 50% respondem ou já responderam processo por assassinato. Espero que, após refletirmos sobre estes dados, possamos lançar outro olhar para a realidade e pensarmos melhor sobre a nossa postura frente as urnas.