Latentes Viagens

Este espaço é um experimento aberto, amplo, intuitivo e original. Liberto das amarras acadêmicas, sistêmicas e conceituais, sua atmosfera é rarefeita de ideias e ideais. Sua matéria prima é a vida, com seus problemas, desafios e dilemas. Toda angústia relacionada ao existir encontra aqui seu eco e referencial. BOA VIAGEM!


Depois de alguns anos, em que passei fingindo acreditar em alguns teóricos e psicólogos do saber, venho vos dizer, com toda coragem e ousadia, que passei a pensar por mim mesmo e a ouvir a minha própria voz. E como isso é difícil. Depois de ter sido iniciado na filosofia, vivenciei, como todo principiante, alguns ritos de passagem: do senso comum ao senso crítico, da emoção à razão, do particular ao universal, do privado ao público, da substância ao ser, daquilo que acho àquilo que é, das minhas mais enraizadas certezas nasceram as mais profundas dúvidas e como consequência: as mais belas respostas. Meus questionamentos estavam intimamente relacionados aos mesmos sugeridos e realizados pelas religiões: quem sou, de onde vim e para onde vou. Apesar de existir uma grande celeuma e controvérsia sobre os verdadeiros objetivos - se é que existe algum - e razões de ser da filosofia, supondo que exista uma que seja de fato, legítima e verdadeira, ouso dizer, que prefiro me ater, ao seu sentido original de amiga da sabedoria. O filósofo seria, por excelência, o amigo do saber. Ao subirmos a escada do conhecimento, percorrendo, vagarosamente seus degraus, somos obrigados a admitir que não existe uma única escada e nenhuma delas é construída da mesma forma e do mesmo jeito. Algumas sobem, outras descem, outras sobem e descem, se erguem numa espiral, outras desaparecem, longínquas, enquanto outras surgem, inesperadamente, e assim visualizamos o nosso e os demais destinos, na imensidão de planos e possibilidades. Difícil para o filósofo descer de sua torre de marfim e admitir publicamente para si e para os outros que não será capaz de abarcar a totalidade do real através de sua ótica pessoal e particular. Gostaríamos de acreditar e ingenuamente alimentar, a crença, de que, uma vez, que alguém chegue a determinada altura, seja capaz, não só, de nos relatar o que viu mas de nos levar pra lá imediatamente, ignorando o trabalho e esforço que o mesmo teve em sua subida. O mesmo poderá no máximo apontar o caminho, segurar pelos braços e nos levar, mas teremos que decidir, por nós mesmos, se iremos acompanhá-lo ou não. Este simples ato de entrega exige uma postura de confiança e fé cega. Acreditamos que percorrendo o mesmo caminho daquele que chegou por si mesmo a reconhecer um horizonte amplo e totalmente diverso deste que nos é imediatamente apresentado, seremos capazes de ver e perceber da mesma forma e do mesmo jeito as mesmas coisas, o que é impossível, haja vista a nossa constituição psíquica ser única, ímpar, singular e pessoal. Esta aparente relativização do ser das coisas no leva de encontro a nossa exclusiva maneira de agir, sentir e pensar, pois não podemos pautar nossa existência somente naquilo que os outros dizem, mas principalmente nos critérios estabelecidos pela nossa própria percepção e sensibilidade. Não podemos ser reféns da experiência pessoal alheia, devemos percorrer com nossos pés e mentes o nosso próprio caminho para podermos dizer algo de novo para nós mesmos e para o outro. Eis o primeiro passo para a criação de algo verdadeiramente único, exclusivo e original.

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GINO RIBAS MENEGHITTI

Admiro todas as pessoas que ousam pensar por si mesmas.

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Frases de Albert Einstein

A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.

O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

A imaginação é mais importante que o conhecimento.

Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada.

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