Latentes Viagens

Este espaço é um experimento aberto, amplo, intuitivo e original. Liberto das amarras acadêmicas, sistêmicas e conceituais, sua atmosfera é rarefeita de ideias e ideais. Sua matéria prima é a vida, com seus problemas, desafios e dilemas. Toda angústia relacionada ao existir encontra aqui seu eco e referencial. BOA VIAGEM!

O choro melancólico dos mortos que sentem sua sede de sangue crescer assustadoramente me compele a escrever sobre assuntos mórbidos e tétricos, num primeiro momento, os mortos representam os valores que continuamente vão sendo esquecidos, até mesmo os valores conferidos ao comportamento de alta estirpe, vão sendo diluídos perante o imediatismo fugaz, a capacidade de captar os sinais emitidos pelo outro vão sendo desmembrados pelas novas tecnologias que nos condicionam a desviar o olhar, a evitar o contato, a arte do encontro, do desvelar-se, do abrir-se com, está sendo paulatinamente substituída por uma valorização da persona enquanto sujeito que se representa a si mesmo a partir de sua própria fragmentação, oculta-se a inteireza e reduz a beleza do ser à construção de imagens previamente selecionadas para servirem como parâmetros dos seus gostos e atitudes, as fotos expostas no face, os gostos estéticos e nossos atos, estão sendo resumidos em atos fotografados e logo em seguida expostos, a cultura da exposição, se revela portadora da auto miopia coletiva que ignora os aspectos mais sombrios e insanos da nossa mente, as doenças psíquicas ocultam-se na febril necessidade de se estar conectado ao novo, de ver a construção de sua personalidade atrelada ao moderno, ao cool, somente como estereótipo, como se um bocado de barba e um óculos fundo de garrafa já fosse o suficiente para assumir os ares de saber que exige a sociedade pré-fabricada, os poemas são eleitos como mercadorias a serem comercializadas no palco da teatralidade social, com lugares e pronuncias esperadas, a inspiração do momento cede lugar à pré fabricação de si mesmo e de sua necessidade de se mostrar detentor de um conhecimento absoluto mas totalmente destituído de valor sólido, concreto, nas miragens virtuais, constroem-se pontes de simplificações, de adereços, o conteúdo estético aprovado é o valor conferido aquele que se manifesta abertamente defensor do futuro e da permanência das novidades, a novidade é um segundo da aprovação do suposto brilho alheio, a personalidade sendo fragmentada, não resgata a sua memória e sua raízes vão sendo esquecidas na tentativa de preservar a auto imagem moderna e imaculada, os "velhos acontecimentos" vão sendo arquivados nos porões de algum pub qualquer, enquanto as máquinas se tornam o viés de comprometimento com o novo, o lirismo bucólico de nossos ancestrais respiram a margem desta nova natureza humana, e qualquer contemplação e visão diferenciada já tende a ser interpretada como devaneios de um sujeito com tendências proféticas e messiânicas, repousa a verdade em algum site ou canal de comunicação, cabe aqueles que ainda prezam olhar nos olhos estender sua presença para além do olhar mórbido e perdido do outro.


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GINO RIBAS MENEGHITTI

Admiro todas as pessoas que ousam pensar por si mesmas.

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Frases de Albert Einstein

A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.

O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

A imaginação é mais importante que o conhecimento.

Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada.

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