Latentes Viagens

Este espaço é um experimento aberto, amplo, intuitivo e original. Liberto das amarras acadêmicas, sistêmicas e conceituais, sua atmosfera é rarefeita de ideias e ideais. Sua matéria prima é a vida, com seus problemas, desafios e dilemas. Toda angústia relacionada ao existir encontra aqui seu eco e referencial. BOA VIAGEM!



O Brasil é um país contraditório e não precisamos de muitos argumentos para provar isso. As vezes chego a duvidar do nível de mediocridade das pessoas que assistem assiduamente os programas de televisão. A força de seu discurso baseia-se somente nos fatos narrados pelos jornais e seu comportamento se resume nos modelos criados pelas novelas. Num país em que a grande maioria das pessoas não tem acesso à cultura, e mesmo que tivessem, não teriam interesse em agregá-la como um valor inerente a própria existência, fica muito fácil a manipulação de conceitos e a criação de mitos que visem a perpetuação dos interesses das grandes multinacionais. Quando assisto à um dvd e vejo logo na abertura o paralelo que as grandes empresas criam entre a pirataria e o narcotráfico, o crime organizado, etc, sinto uma irônica, mas verdadeira, vontade de rir...depois choro por pensar que alguém possa acreditar num absurdo desses. O compartilhamento de idéias e informações deveria ser prioritário numa sociedade que defende com ares de verdade a democracia. Contudo esta palavra, que aparece estampada vulgarmente na boca de parlamentares hipócritas e fanfarrões, raramente é exercida na prática. As multinacinais podem ser caracterizadas pela forma ditatorial com que monopolizam o mercado.



Além de elevarem o custo do cd e do dvd, impedindo que a maioria dos brasileiros tenham acesso aos seus produtos, querem impossibilitar a todo custo o compartilhamento de idéias e informações. A pirataria atende ao verdadeiro fim de toda e qualquer produção artística revolucionária: disseminação indiscriminada a baixo custo. A elite sempre se arvora em juiz, impedindo o povo de pensar por si mesmo. Se por um lado a palavra democracia me causa enjôo, por outro, a aristocracia me causa repugnância. Dizer que a arte não é para todos é uma tolice. A arte deve ser vulgarizada, no sentido de ser acessível a um número maior de pessoas. A indústria fonográfica monopolizada é a garantia que os detentores do capital tem de perpetuarem suas regalias e privilégios. Ninguém quer dividir a parte que nos cabe deste latifúndio. Os verdadeiros interesses sempre permanecem velados. Os produtos de baixa qualidade deveriam ter o direito de circularem livremente sem nenhuma repressão ao seu consumo, principalmente numa sociedade como a nossa visivelmente marcada pela desigualdade social. Não se trata de um discurso politicamente correto mas é inadmissível privar o trabalhador comum (leia-se: a esmagadora maioria de brasileiros que ganham um salário mínimo) de ter acesso a cultura. O empresariado brasileiro, ao contrário dos empresários do restante do mundo, não se preocupam em aumentar o poder de compra do trabalhador. Isto traria resultados benéficos para o consumidor e também para as grandes empresas que passariam a renovar seus estoques com mais frequência, gerando renda e emprego. O que falta é iniciativa e coragem de assumir riscos e de se abrir para o mundo de forma humana e solidária.

0 comentários:

Total de visualizações de página

GINO RIBAS MENEGHITTI

Admiro todas as pessoas que ousam pensar por si mesmas.

Blog Archive

Posts mais Lidos e Visualizados

Frases de Albert Einstein

A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.

O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

A imaginação é mais importante que o conhecimento.

Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada.

Páginas

Translate