Latentes Viagens

Este espaço é um experimento aberto, amplo, intuitivo e original. Liberto das amarras acadêmicas, sistêmicas e conceituais, sua atmosfera é rarefeita de ideias e ideais. Sua matéria prima é a vida, com seus problemas, desafios e dilemas. Toda angústia relacionada ao existir encontra aqui seu eco e referencial. BOA VIAGEM!

Hoje podemos adotar muitos pontos de vista sobre o mesmo assunto... Posso abordar um tema a partir de um ponto de vista global ou particular. As questões referentes ao consumo de drogas provocam discussões polêmicas que sempre irão envolver a família, a sociedade e o estado. As esferas públicas e privadas precisam se fundir se quiserem chegar a um ponto em comum que beneficiem e auxiliem de fato aquele que verdadeiramente precisa: o dependente químico.
Não basta fazer uma análise social e buscar as causas do problema, seria o mesmo que querer fazer um raio x na perna de um soldado com a perna quebrada em meio a guerra.

A verdade é que desde os primórdios os homens utilizavam certas substâncias no intuito de alterarem sua consciência, de poderem entrar em contato com uma realidade que transcendia sua percepção... Muitas destas substâncias tiveram e até hoje tem um caráter místico religioso. São tratadas de maneira sagrada e as pessoas que dela se utilizam sabem de suas responsabilidades e consequências. Num outro tópico poderemos abordar de forma mais aprofundada, no entanto não é este o foco principal desta abordagem.

Estamos falando de um problema de importância capital na evolução da humanidade. Todos possuímos certas necessidades e carências internas que precisam ser satisfeitas à luz da razão. Não basta buscar a felicidade fora de si, nem mesmo fazer com que a verdade seja refém de algo exterior a nós mesmos. Mas precisamos analisar o porquê de tantas pessoas buscarem nas drogas o alívio para suas frustrações e inibições... e se quisermos sermos mais ousados, afirmaremos que existem também aqueles que "aparentemente" não possuem "carências" mas que recorrem ao seu uso de forma sistemática e corriqueira e que se por um lado não apresentam os visíveis sintomas - desleixo com a aparência, desequilibrio nas áreas sócio afetivas, econômicas, religiosas, etc - que caracterizam o dependente químico - principalmente aquele que está no "fundo do poço" - possuem em si mesmo o gérmen da dependência latente.

Cresce assustadoramente a porcentagem dos usuários de drogas e os motivos são os mais variados possíveis, todavia, ao contrário do que poderíamos supor, o principal ainda continua sendo a curiosidade. Só para citar um exemplo: seríamos capazes de catalogar em quantos filmes o uso drogas aparece associado a imagens de bem estar e prazer? Não sejamos hipócritas; o uso de drogas, principalmente no ínicio, produz uma sensação de prazer e é descabível e desnecessário o relato dos iniciados... Também não podemos deixar de atestar o número daqueles que delas se utilizam por um breve intervalo de tempo e que não encontram necessidade de buscarem ajuda para poderem se desvencilhar da dependência, na verdade nem mesmo chegaram a desenvolver. Mas o perigo reside justamente aí, na impossibilidade de dosarmos a quantidade ideal para cada organismo, esse valor é uma constante inclassificável, visto estarmos tratando de seres únicos e individuais. Não é só! Quantas pessoas ao usarem o crack não ficaram viciadas na primeira latada? Sem dúvida, o crack possui um efeito devastador, incrível o seu potencial, a sua capacidade de destruir o ser socialmente, moralmente, espiritualmente, materialmente, enfim, não é a tôa que até traficantes que nunca usaram a lhe classificam como a "droga do diabo". Ela afeta o que de mais íntimo e precioso nós possuímos a capacidade de nos amarmos. Ela suga e retira paulatinamente o caráter da pessoa, cegando-a e deixando-a a mercê do destino. Precisaríamos de um tópico inteiro para abordarmos essa droga que com certeza é uma das mais indesejáveis em nosso meio, visto que sua presença é sinônimo de dor e desespero. Onde quer que se encontre o crack, ali estará a violência em sua forma mais brutal e letal.

Para não ficarmos demasiado extensos, não podemos deixar de abordar as leis que regem a sociedade em relação ao tratamento dispendido ao usuário. Quem é o usuário de drogas? É um criminoso? Qual o seu crime? Perante Deus com certeza a destruição de seus corpo, o templo do espírito. Perante a sociedade, as vezes nenhum. Ora, quantas pessoas fumam na maior tranquilidade seu baseado e nem por isso deixam de cumprir quase que religiosamente suas funções sociais. Nunca faltam ao trabalho, sempre andam bem asseados, são pessoas respeitáveis, que não deixam transparecer os sintomas de sua dependência. Esses são com certeza os verdadeiros doentes, são os mais cegos, pois não se acreditam portadores da dependência e muitos creêm piamente que são capazes de deixarem as drogas quando quiserem, eis sua maior ilusão.

As drogas atuam no organismo de forma similar, não distiguindo ricos ou pobres, bons ou maus, seu efeito é o mesmo, não digo isso em relação as viagens, pois com certeza as pessoas que possuem maus pendores serão sempre pertubadas pelas más viagens... trata-se de questões subjetivas e este por enquanto não é o caso. Vamos tratar do físico, do vísivel, daquilo que não pode deixar de ser diagnosticado e tratado enquanto é tempo. Os neurônios ainda são objetos de estudo e no futuro poderão ser contemplados como células regenerativas. Não nos cabe aqui delinear um quadro negro simplesmente pelo fato de sermos contra o uso de drogas, definitivamente não, mas não podemos deixar de perceber que as pessoas que delas fizeram uso por um tempo prolongado mais cedo ou mais tarde irão sentir na pele as consequências: perda de memória, baixo poder de raciocínio lógico, falha no pensar refletindo no agir, perda de funções motoras, lesões nos sistemas cardiovasculares, respiratórios, digestivos, etc, isso sem contar no stress, na depressão e nos distúrbios de origem comportamental e sexual, enfim a lista de males seria intermináveis. E o mais triste é que o mais das vezes as pessoas já estão comprometidas de tal forma que aparecem muitos sintomas ao mesmo tempo, desinteresse pelas coisas que antes lhe proporcionavam prazer, distanciamento dos amigos e familiares, descrença na espiritualidade, enfim....

O melhor meio de se ajudar um dependente é através do diálogo e da troca de experiências. A mútua confiança se faz necessária se alguém deseje realmente ajudar. É imprescindível a compreensão de que se trata de uma doença incurável e não de uma simples falha de caráter. Não se trata de um vagabundo mas de um doente: esta mudança de perspectiva é essencial para que se possa efetivar de fato o auxílio. As principais armas que devem ser usadas para combater o uso de drogas ainda serão o amor que une, a esperança que pacientemente confia na divina providência e a admissão do quanto somos impotentes para mudar o comportamento alheio sem a ajuda do envolvido. O dependente também desempenha um papel fundamental visto que a verdadeira recuperação se dá a partir do momento de que há um envolvimento verdadeiro do mesmo com sua "doença". "Só Por Hoje" "Muita Força"

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GINO RIBAS MENEGHITTI

Admiro todas as pessoas que ousam pensar por si mesmas.

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O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

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Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada.

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