Latentes Viagens

Este espaço é um experimento aberto, amplo, intuitivo e original. Liberto das amarras acadêmicas, sistêmicas e conceituais, sua atmosfera é rarefeita de ideias e ideais. Sua matéria prima é a vida, com seus problemas, desafios e dilemas. Toda angústia relacionada ao existir encontra aqui seu eco e referencial. BOA VIAGEM!

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de

 
 

Quais serão seus sonhos

Seus íntimos objetivos

Qual é a sua meta

O que lhe mantém vivo


Não escrevo por sucesso

Fama e notoriedade

Muito mais por prazer

E por necessidade

 

Cada alma se expressa

Com uma finalidade

O melhor meio e forma

Continua sendo a arte

 

A vida é concreta

Pujante e subjetiva

Tudo se amplia

Com nova perspectiva

 

A entrada e a saída

Para todos é igual

O mistério é solitário

Sua busca é normal

 

Ninguém é de ninguém

Aprendemos com o tempo

Não existe para sempre

Só o presente momento

 

Nenhum sofrimento

Determina nossa vida

Depende da vontade

e da própria iniciativa

 

sair do lugar comum

da caverna obscura

cada um com sua cruz

em busca de sua procura

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de

 


Vários livros foram escritos na tentativa de nos elevar e instruir a respeito das coisas divinas, ocultas e celestes. Poucas foram as religiões, doutrinas e sistemas que se absteram de se auto proclamarem as únicas portadoras da verdade. O cristianismo continua sendo a seita ou crença mais difundida no ocidente e seu séquito de discípulos ou servidores são os que mais promovem polêmicas e discussões em prol de sua causa. O amor ainda é a mensagem mais ouvida e disseminada entre todos os grandes mestres e avatares. Nada de novo entre o céu e a terra. Apesar dos inumeráveis esforços da espiritualidade ainda caminhamos em lentos passos no que diz respeito à nossa evolução espiritual, para não dizer moral. Os filósofos de plantão, após terem descortinado alguns conceitos implementados por Nietzsche já se encontram em choque e melindre com esta palavra: moral. Os valores éticos e morais não são passíveis de serem relativizados e o amai uns aos outros como eu vos amei ecoa de maneira uníssona nos ouvidos e corações das almas mais sensíveis ao seu chamado. Me sinto extremamente privilegiado por ter presenciado a passagem do mundo analógico para o digital. Por mais que possa recorrer aos arquivos da memória de uma forma nostálgica, arredia e transgressora contra as atuais normas e padrões vigentes é inegável os avanços e progressos promovidos pelas novas formas de comunicação. Entretanto não podemos ainda prever as consequências positivas e negativas deste modo de vida a longo prazo. Apesar de estarmos virtualmente conectados ainda estamos muito distantes de uma conexão mais profunda, real e verdadeira com nossos sentimentos, pensamentos e emoções. A vida se dá num outro nível e o que a pouco tempo atrás era loucura hoje podemos contemplar como mera ignorância. Um típico exemplo é sobre a existência ou não de vida em outros planetas. Mesmo diante de tantas descobertas sobres as bilhões de galáxias que nos cercam ainda sim existem pessoas que duvidam da existências em outros orbes. Não se trata mais de caminhar aos passos daquilo que é ou não cientificamente comprovado mas sim de nos abrirmos aquilo que pode e deve ser sentido e vivenciado por nós. A nossa principal busca nesta existência, sem dúvida, é o verdadeiro sentido e significado de nossa existência e jornada. Não viemos até aqui para termos como único propósito e meta existencial o sucesso financeiro e profissional. Não podemos acreditar que a felicidade está intimamente ligada as nossas viagens e postagens no face ou no insta. Vivemos sim num planeta adoecido cujos valores se encontram infelizmente invertidos. Muitas pessoas se encontram alienadas e perdidas, sobretudo de si mesmas, por duvidarem da sua capacidade e dos tesouros encastelados em sua essência. Milhares de pessoas ainda se veem de mãos dadas com a fome, a penúria e a miséria. E não adianta apelarmos para o discurso vitimista e fatalista que apenas aponta os erros e não indica soluções. Por mais que estejamos vivendo uma época de ouro, com mil e uma facilidades, milhões de seres ainda são escravizados e impedidos de terem acesso as mais belas formas de sentir, pensar e agir. Quase tudo ainda se encontra condicionado aos interesses dos detentores do grande capital. O aspecto econômico e político quando desvinculado dos interesses coletivos servem apenas a alguns poucos indivíduos que se julgam acima do bem e do mal, como se não tivessem que um dia prestar contas de seus atos e ações. Vários exemplos de bondade e caridade nos foram dados, entre eles o próprio Cristo, Gandhi, Madre Tereza e Chico Xavier sem contar os milhares de anônimos que com pequenos gestos revelam sua grandeza de alma e de caráter. Todos os dias somos expostos a dramáticas tragédias, desde dos cataclismas naturais como chuvas, enchentes, furacões até estupros, roubos e assassinatos. O tráfico de drogas, a corrupção política, a desigualdade de chances e oportunidades e a ausência de uma política voltada contra o orgulho, o egoísmo e a vaidade tende a perpetuar o culto aos ídolos cujo fórmula do sucesso pode ser reduzida a fama, dinheiro e notoriedade. Poderíamos empreender um estudo histórico e aprofundado para tentarmos entender o porquê de termos nos dividido em barreiras, bandeiras e fronteiras. Cada qual está tão preocupado com seus próprios interesses e objetivos que se esquecem facilmente que formamos uma só família e uma só civilização. As diferenças culturais nos servem como instrumento de crescimento e reflexão e não de separação. Oxalá nos abençoe neste novo ano que se inicia.

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Quem muito aprende
um dia também ensina
seja seu conhecimento
saber ou sabedoria
na praça com os gregos
ou brasileiros na esquina
solidão e silêncio
aurora da poesia
oscilo nos extremos 
do solilóquio a terapia
da loucura à lucidez
do caos à harmonia
do espírito a matéria
da prática a teoria
do inferno ao paraíso
da depressão à euforia
do negativo ao positivo
da obediência à rebeldia
da direita à esquerda
do estado à anarquia
do negócio ao ócio
do conceito à ideologia
do ódio ao amor
do real à fantasia
do concreto ao abstrato
da prosa à poesia
do sonho ao pesadelo
da coragem à covardia
da total abstinência
aos prazeres da boêmia
do sagrado ao profano
da kamasutra ao gita
leio de São Cipriano
aos versículos da biblía
do veneno ao remédio
da verdade à mentira 
do débito ao crédito
da paz à agonia
da lembrança ao esquecimento
do centro à periferia
andando pelas ruas
desfilo na avenida
perdi no adereço
ganhei na alegoria
o corpo ainda pulsa
mas o espirito grita
anseio por liberdade
mesmo ainda que tardia
assim como escravo
sonhando com alforria
escrevo com a tristeza
na presença da alegria
acordo com a oração
desperto com a magia
vivendo só por hoje
evito uma recaída
relativo ou absoluto 
questão de perspectiva
o que é a verdade
senão um ponto de vista
que permanentemente 
pode e deve ser revista
tudo que é muito rigido
se quebra um dia
dogmático ou cético
ou você crê ou duvida
a fé é verdadeira
para quem raciocina
assim como a visão
ampliada ou reduzida
o tempo rege a orquestra
com eximia maestria
da crença a ciência
do mito à filosofia
da pedra lascada
à alta tecnologia
glorificando a Deus
questionando sua doutrina
inclusive os espantalhos
fantoches da academia
sem ressentimento
sarcasmo ou ironia
o talento do gênio
sufocado não respira
imagina uma artista
que a todo instante cria
sendo refém do lattes
titulos e honrarias
espaço universal
reduzido a confraria
seu canto de sereia
seduz e enfeitiça
duelo de egos
cegos pela idolatria
se o exemplo arrasta
a palavra edifica
abraço a humildade
me rendo a disciplina
opero com as palavras
cirurgia pela escrita
manuseando ideias
como bruxo alquimista
se fechamos um ciclo
um novo se inicia
após a tempestade
sempre vem a calmaria

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de

Serei um escritor

amante da literatura

ou apenas um poeta

da sarjeta e da rua 

realidade nua e crua

abstração concreta

o que define de fato

o conceito de poeta

um nobre ou vil esteta

com rico vocabulário

arquiteto de sonetos

bem ou mal versados 

entre tantos devaneios

delírios e viagens

serei capaz de transmitir

algum tipo de mensagem?

ando meio ensimesmado

e um pouco entristecido

o que é mais importante?

o poder do rito ou do mito?

Imagina um livro

escrito por um louco

que ama a liberdade

que versa como poucos

serei mesmo capaz

de ser tão versátil

peço a Deus inspiração

mente poçante e ágil 

Sou apenas um demônio

Um vampiro convertido

que soube abrir mão

de seu prato preferido 

para alguns lunáticos

um ser fora de moda

ou um sábio que dita

enquanto o idiota anota 

sou o filósofo do martelo

porém sem bigode

assemelho aquela planta

comigo ninguém pode 

 como é bom a escrita

espontânea e automática

basta engatar a primeira

que a mente nunca para 

para cada escritor 

um processo criativo

eu tenho o meu

quando oro e medito

é Ele que me dita

me manda o seu recado

sou apenas instrumento

seu servo mal criado 

sempre é bom brincar

de ser alguém importante

me sinto melhor agora

do que a poucos instantes

Leu o Inferno de Dante

ou até mesmo o Lusíadas?

não irão lhe dar dinheiro 

nem mesmo sabedoria 

filosofia é um bem

altamente desejável 

para quem procura ter

pensamento sofisticado

tipo aquele carro

com motor super potente

se você souber pensar

pode voar com sua mente  

ninguém gosta de fazer

nada por obrigação

aprender sempre será

um ato de diversão  

quanto mais conhecimento

mais a alma se embeleza

assim como alguém malha

e busca corpo de atleta 

do trio sou o pateta 

que não sabe de nada

me empresta uma caneta

desenho uma estrada 

pra começo de conversa 

inicio com uma pergunta 

o que é a sua vida 

a minha é uma dúvida 

ilumino meu caminho

com a tocha da incerteza

para quer ter razão

a paz é nossa natureza 

enquanto caminhamos

perdemos e encontramos

aquilo que queremos

ou que nunca desejamos

entre tantos desencontros

encontros descontraídos

contraímos vícios 

e hábitos nocivos

o que levamos desta vida

é a vida que se leva

frase feita e repetida

profunda e profética

o amor da sua vida

é você que me lê

se olhe no espelho

sem medo de se ver

porões obscuros

vivências e memórias

escreva sua narrativa

leia para si em voz alta  

conte seus detalhes

mais intimos e sórdidos

depois se embriague

mesmo estando sóbrio

o mundo é um livro aberto

para quem sabe interpretar

os deuses da natureza

amam se ocultar 

recolhido em silêncio

na solidão da prece

Deus sempre se revela

para aquele que se rende

 amor é sentimento

concreto e abstrato

que se manifesta

no pensamento e ato 

nada mais cruel

covarde e mesquinho

do que doar migalhas

de amor e de carinho

ideologia não é cor

é guerra de classes

me afinizo com o vermelho

reforma das bases

na sinuca mato ímpar

você números pares 

no poker sempre rio

com a mão cheio de ases

a vida vai além

da propaganda dos cartazes

velejo no silêncio

em busca de outros mares 


7
de


O cenário político brasileiro, diga-se de passagem, nunca foi dos melhores. Como se não bastasse os inúmeros casos de corrupção, omissão e impunidade envolvendo famílias e cifras milionárias somos obrigados a conviver com o pesado fardo do desprezo ofertado por uma elite que não se reconhece, e dificilmente se reconhecerá, povo. 

Nossa esquerda, para se eleger, se manter e exercer o poder, foi obrigada a ceder e entrar no emaranhado conluio das trocas de favores, cargos e verbas, realizando concessões e contratos de caráter escuso e duvidoso. Enquanto isso, um número reduzido de nomes e sobrenomes continuavam ditando as regras do jogo, como sempre, para seu próprio benefício e status, tendo como última instância legal e normativa, o uso de seus próprios meios, métodos e critérios. 

Culpados? É difícil, para não dizer impossível, apontar, julgar e condenar um único responsável. A ideia do bode expiatório, infelizmente ainda satisfaz o imediatismo impulsivo das massas mas pessoas minimamente esclarecidas e sensatas não podem e não devem se prestar à este papel. Recorrer ao passado para compreender o presente não é apenas tarefa do filósofo, do sociólogo e do historiador e sim obrigação de todo cidadão que possua o mínimo de coragem, dignidade e decência. 

Debruçar sobre os últimos acontecimentos políticos com uma postura imparcial, impessoal e apartidária é um genuíno convite ao conhecimento, amadurecimento e refinamento da percepção que temos, de nós e de nossa sociedade. 

Por séculos fomos condenados a viver mediante a exploração indiscriminada de outras nações, que usurparam todas as nossas riquezas para poderem prover seus filhos com os mais fartos e faustos recursos. Herdeiros dos grandes latifúndios e dos gritos de horror emitidos da senzala, necessitamos recorrer à história para decifrarmos as chagas e feridas que se encontram presentemente abertas e aparentemente incuráveis: da má distribuição de terras e renda ao título exclusivo de cidadania outorgado de maneira parcial e discriminatória à uma ínfima e ímpia parcela da sociedade.  

Os últimos dados lançados e emitidos pelo IBGE apenas retratam de maneira fidedigna o quanto estamos distantes de uma sociedade mais justa, humana e igualitária. Recorrer ao discurso da melhoria e aperfeiçoamento de nossas instituições educacionais públicas é o último senão o único de nossos apelos e recursos. Se faz necessário lembrar, principalmente nestes obscuros tempos de cortes, contenções e privatizações, que caso quisermos crescer e evoluir mundialmente, devemos modificar nossa arcaica e retrógrada mentalidade que aponta como gasto o que pode e deve ser sempre encarado e tido como o maior e melhor investimento: a educação.   

7
de


o andarilho dos trópicos, o ator,
ativista político, o professor,
socialista convicto por amor,
por favor,
sigo abrindo mentes,
plantando sementes,
por um mundo mais justo
igualitário e consciente,
o rap é poesia da quebrada,
salve salve maloca
e a luta armada,
pátria amada mãe gentil,
revolucionários do Brasil,
ide as ruas
e fazei o estardalhaço,
os nervos são de aço,
o coração de gelo,
tudo parece refletir
desespero e medo,
entregar de mão beijada
nossas riquezas,
mas que proeza,
silêncio é testemunha ocular,
querem nos escravizar,
aceitar o sofrimento de joelhos,
a bíblia é escudo e espelho
prefiro usá-la como espada,
verdade não se cala,
eles sentem saudade
do chicote e da senzala,
avante guerreiro
o mais sábio
não é quem despertou primeiro
mas o que acordou mais cedo
capiche?

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de

Seria interessante se pudéssemos voltar no tempo e termos uma aula viva de história. Veríamos que a realidade de hoje, mesmo com todas os seus problemas – ou se preferirmos: desafios – ainda sim é bem melhor do que o mundo de ontem.


***

Nos falta uma análise crítica em relação ao modo de produção e consumo capitalista, que reproduz um estilo de vida egoísta e materialista pautado no individualismo exacerbado. Vivemos num planeta cujos recursos são escasseados e mal divididos: fato. O problema não está no consumo e sim na produção. Será que alguém ainda se questiona sobre a matéria prima e gastos necessários na produção de um carro ou caminhão?

***

Quanto menor nossas necessidades, maiores serão nossas riquezas. O trabalho, que deveria ser fonte de renda, prazer e satisfação - principalmente nestes tempos de automação, em que as máquinas são responsáveis pela execução de grande parte do trabalho cansativo, repetitivo e pesado – se transforma num castigo, corretivo à ser aplicado a uma espécie que convive com o risco e perigo de ser responsável por sua própria extinção.

***

Para quem se encontra no topo da pirâmide é extremamente vantajoso e desejável a perpetuação de uma sociedade organizada em hierarquias, com funções executadas e definidas por uma suposta meritocracia que oculta a luta e divisão de classes. 

***

O grande medo, de todo e qualquer empresário ou político, verdadeiramente rico e poderoso, é o esclarecimento das massas e sua recusa em ceder sua mão de obra em troca de um salário irrisório. Se um dia os trabalhadores de todos os países reivindicarem a justa divisão de recursos e riquezas, a nobreza terá que descer do salto, deixar a casa grande e conviver com a senzala.  Eis seu maior medo: se reconhecer povo.

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GINO RIBAS MENEGHITTI

Admiro todas as pessoas que ousam pensar por si mesmas.

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A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.

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A imaginação é mais importante que o conhecimento.

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