Seria interessante se pudéssemos voltar no tempo e termos uma aula viva de história. Veríamos que a realidade de hoje, mesmo com todas os seus problemas – ou se preferirmos: desafios – ainda sim é bem melhor do que o mundo de ontem.
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Nos falta uma análise crítica em relação ao modo de produção
e consumo capitalista, que reproduz um estilo de vida egoísta e materialista
pautado no individualismo exacerbado. Vivemos num planeta cujos recursos são
escasseados e mal divididos: fato. O problema não está no consumo e sim na
produção. Será que alguém ainda se questiona sobre a matéria prima e gastos
necessários na produção de um carro ou caminhão?
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Quanto menor nossas necessidades, maiores serão nossas
riquezas. O trabalho, que deveria ser fonte de renda, prazer e satisfação -
principalmente nestes tempos de automação, em que as máquinas são responsáveis
pela execução de grande parte do trabalho cansativo, repetitivo e pesado – se transforma
num castigo, corretivo à ser aplicado a uma espécie que convive com o risco e
perigo de ser responsável por sua própria extinção.
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Para quem se encontra no topo da pirâmide é extremamente
vantajoso e desejável a perpetuação de uma sociedade organizada em hierarquias,
com funções executadas e definidas por uma suposta meritocracia que oculta a
luta e divisão de classes.
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O grande medo, de todo e qualquer empresário ou político, verdadeiramente
rico e poderoso, é o esclarecimento das massas e sua recusa em ceder sua mão de
obra em troca de um salário irrisório. Se um dia os trabalhadores de todos os
países reivindicarem a justa divisão de recursos e riquezas, a nobreza terá que
descer do salto, deixar a casa grande e conviver com a senzala. Eis seu maior medo: se reconhecer povo.