Nosso
cotidiano trágico e violento não se resume na pane de uma aeronave,
no rompimento de uma barragem ou na execução sumária de jovens.
Com irônicas pitadas de sadismo os políticos tão somente
visualizam a população como uma massa amorfa e indistinta nascida
para servir e se submeter aos seus doces caprichos e vontades
insanos. A elite brasileira, importada de outra nação, não admite
a presença do “povo brasileiro” em certos espaços,
principalmente universidades, aeroportos e shoppings.
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São
milhares de pessoas esquecidas e menosprezadas em suas necessidades
vitais. Vítimas de um sistema opressor e excludente que distribui de
forma injusta e desigual oportunidades e riquezas. Os valores
aristocráticos incorporados durante séculos pela elite europeia se
dilui numa taça de vinho ou champagne. Não faz mais sentido se
dedicar de corpo e alma à aquisição de conhecimentos ou se
preocupar em sutilizar os sentidos, tanto físicos como espirituais,
Do sabor ao saber o que importa são as cifras e lucros atingidos com
o mesmo.
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A
instrumentalização da razão, a cultura empreendedora e
capitalista, que descarta a poesia e a filosofia como algo inútil e
sem vida tende a transformar a cultura e nossos dias em mais uma
comida mal preparada e fria. A arte, assim como a ciência e a
religião, tendem a incorporar uma filosofia pragmática, utilitária
e imediatista, que visa sobretudo o aumento dos lucros e dividendos.
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Enquanto
isso discutimos sobre os pilares da democracia, igualdade se torna
meritocracia, da qual não fazem jus os mais pobres, que impedidos de
frequentarem os melhores lugares e de estarem com os melhores
professores fatalmente herdarão os piores hábitos e costumes.
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