Em meio a uma eventual crise energética, política e econômica, assistimos inertes os comentários emitidos por uma mídia que prima por ocultar seus verdadeiros interesses e intenções. Desestabilizar o atual governo para precipitar o nome de um novo governante tornou-se a principal missão dos maiores órgãos e veículos de comunicação do país. Com a derrocada moral de um partido que não soube exercer o poder em prol dos interesses coletivos e principalmente, agir em função dos princípios e valores esposados pelo seu arcabouço ideológico, presenciamos a ruína dos ideais defendidos pelos partidos considerados de esquerda e o advento de uma "nova" classe de manifestantes, que clama desde uma suposta intervenção militar à queda dos princípios democráticos e constitucionais que garantem a legitimidade do mandato presidencial. É imperioso notar que em função do deslize e das falcatruas cometidas por alguns poucos membros, toda uma ideologia sofre o risco de naufragar esquecida no oceano das utopias. Por muitos anos presenciamos a supremacia e o domínio exercido por uma elite excludente que luta ferozmente pela manutenção e perpetuação de suas regalias e privilégios. Não está em seus planos elevar o nível de educação do povo brasileiro, visto a ignorância atender aos apelos de um mercado que clama desesperado por uma mão de obra barata e que se submeta passivamente aos ditames de uma classe opressora, autoritária e mordaz. Infelizmente, os grandes intelectuais da esquerda recuam acuados frente ao rugido de grupos unicamente interessados na proeminente defesa de seus próprios interesses. O trágico desfecho de mais um triste capítulo político de nossa história está sendo aguardado com certo grau de ansiedade e expectativa pela ala mais conservadora e rica do país. Por outro lado, é com extrema tristeza e pesar que podemos constatar a ausência de qualquer tipo de mudança e transformação nas leis trabalhistas, na reforma agrária, política e educacional que poderiam e deveriam se alteradas visando atender os anseios de grande parcela da população que sofre devido a ausência de políticas públicas voltadas para a superação total e absoluta da pobreza e da miséria. É inadmissível, num país como o nosso, de dimensões continentais, existir qualquer tipo de problema relacionado a alimentação e moradia. Não basta difundir a cultura do esmola família é preciso repensar e criar meios e formas de dividir e ampliar a renda dos menos favorecidos. Estamos falando de direito a terra, a propriedade privada, de escolas públicas de alta qualidade e nível. Enquanto nossos governantes não tiverem como prioridade a educação e a divisão de terras, infelizmente nosso povo padecerá nas garras da desigualdade e da mais absurda miséria.