O tempo, este deus da transformação, atua de forma desconcertante, fomentando em nosso íntimo o doce desejo da transformação. Vivemos em uma sociedade marcada por visíveis contradições, entre o ser e o ter entre a essência e a aparência. De forma brusca, repentina, a roda da vira movimenta-se e tudo que antes parecia de forma certa e indubitável agora nos afigura incerto e duvidoso. O incessante progresso científico e tecnológico nos leva a uma infinidade de avanços nas mais diversas áreas do conhecimento humano, proporcionando uma série de comodidades e de facilidades. A medicina evoluiu no diagnótico das mais variadas doenças, quase todos os setores da sociedade são beneficiados pela presença da informática, e assim por diante. Os efeitos são enormes, as consequências inumeráveis, e entre os aspectos positivos podemos destacar o encurtamento das distâncias entre os povos e o intercâmbio entre as culturas. A globalização redimensionou o globo terrestre às suas justas proporções. O que nos afigurava longe e distante, hoje pode ser visto ao vivo em questões de segundos. No entanto corremos o risco de estarmos vivendo uma vida virtual, superficial, vigiada e controlada. Os relacionamentos amorosos por exemplo podem nascer de um ambiente totalmente virtual, como as salas de bate papo. O cheiro da pele, os olhos nos olhos e aquele friozinho na barriga são desconhecidos e nem sequer desejados por quem acredita nessa forma de "encontro". Os mecanismos utilizados pelas grandes seguradoras se transformaram em elementos indispensáveis ao bom funcionamento do sistema. Milhares de lojas, empresas e condomínios aderem ao sistema de câmeras vinte e quatro horas, ficamos expostos aos olhos alheios em nome da nossa própria segurança.
Postado por
Gino Ribas Meneghitti
comentários (0)