E se um dia, você pudesse ser, sem o menor pudor ou constrangimento, de ordem moral, social ou religiosa, o mais irresponsável, louco e inconsequente dos homens, o que faria? Provavelmente andaria pelado pelas ruas, vociferando verdades e bobagens a respeito da vida alheia e da própria. Talvez, rasgasse, com destemida fúria e coragem todos os contratos e formas de controle social. Pediria, humildemente, para que as pessoas parassem por um minuto, e esquecessem a hora, o dia, o mês e ano; o lucro, as dívidas, as mágoas e as ambições; que ignorassem de forma solene, nobre e superior toda e qualquer ação da ordem da necessidade; que não deixassem se dominar e se perder pelo medo de sentir sede e de passar fome. Provar por A + B que todos os dias são diferentes uns dos outros; que ninguém sente dor ou prazer do mesmo jeito e muito menos da mesma forma. Que pensassem uma, duas, mil vezes antes de emitir qualquer juízo condenatório sobre a conduta do outro e que pudessem caminhar na companhia da despreocupação e da leveza. Que se preocupassem excessivamente em enriquecer e em embelezar sua mente, alma e espírito para os novos tempos, que estão próximos. Que eleve as máximas alturas o seu pensamento, e extravase, através da filosofia, da ciência, da religião ou da arte, todo seu potencial latente e criativo. Que seu hino seja de louvor a vida e sua guerra uma batalha contínua e incessante contra os seus mais íntimos inimigos e algozes: a inveja, o ciúme e a traição. Que as vítimas de seu orgulho e ego feridos lhe perdoem sua maneira de agir e de ser no mundo. De mãos dadas, com os olhos firmes fixados ao céu e seus pés cravados no chão, deixem para trás todas as diferenças e divergências de ponto de vistas, crenças e opiniões. Um brinde a pluralidade de seres e as mais diversas formas de vida e comunhão.
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