sou movido pelo ímpeto inaudível do outro
do outro parente, morto esquecido
respiro o ar podre de embriagados mendigos
esqueço por um minuto de mim
para me ver no olhar do outro
é a mesma vaidade que impede
a mesma indiferença que impele
a não ver no outro eu
em mim outro não habita
sangue,
martírio de um suicida
venho beber a vida
devorar meu amor
suplantar a dor
urro desesperado
vórtice desequilibrado
verdade oculta
mentira absoluta
fragmento extático
tempo parado penso
sinto o vou ser isto
luz que cega o porvir
tristeza eterna, sem fim
vulgares olhares, espanto
tira gosto, cachaça, vômito
mal necessário a humana espécie
macarrão, farofa, frango,
bucólico almoço de domingo
suspiro por um estado frívolo
a lucidez aumenta minha angústia
a loucura expressa a guerra interna
fantasmagórica, alegre, amena
incurável, letal e eterna
sempre guerra!!!
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