Além dos academicismos e títulos existe vida pensante sob a superfície da Terra. Além do cultivo diário de hábitos sadios, enriquecidos de reflexões, conhecimentos disseminam a chave da superação e da transcendência. Aspectos históricos revelam a singularidade de nosso povo, marcado a ferro e fogo pela exploração e pela exclusão nas tomadas de decisões importantes para nortear o destino do país. O "povo brasileiro" constituído de uma nova raça miscigenada (negros, índios e brancos) sempre foi excluído e marginalizado por não possuir um padrão europeu de civilidade. Inúteis tentativas de ocidentalização do saber indígena e negro ainda vicejam numa sociedade que acredita evoluir numa perspectiva unilateral e fechada a novos olhares e dimensões. Enquanto a preocupação com o ser humano não for adotada como parâmetro de referência nas abordagens educacionais, sociais, logo culturais, estaremos nos afastando sensivelmente da atmosfera regida por princípios e valores verdadeiramente humanos e universais. A lógica do sistema tende a nos reduzir a meros consumidores de informações, cabendo a cada um a responsabilidade individual pelo sucesso ou malogro de suas escolhas, esforços e empreendimentos. Numa sociedade essencialmente marcada por abismos econômicos insuperáveis, as diferenças e ausência de oportunidades tendem a realçar a distância que nos separa e nos encerra em universos opostos e aparentemente diferentes: entre a abundância e a escassez existe o caminho daquilo que é necessário. A nossa insana sede de sucesso reproduz os ecos de um ego sensível e doente que repreende tudo aquilo voltado para o coletivo e para o bem estar social do ambiente. Enxergar o outro como extensão de nós mesmos é um desafio diário que exige esforço, prática e principalmente persistência, pois é mais fácil (con) viver numa zona de conforto permeada por uma fria indiferença egocêntrica e disfarçada com ares de respeito ao jeito de (re) agir do outro. A vida é repleta de aparentes arbitrariedades e este típico comportamento resulta no coroamento do estilo de vida capitalista regido pelo individualismo e egoísmo predominante.
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