Reflexões destas eleições
- É interessante notar que a
polarização nos proporcionou um quadro no qual é impossível distinguir o
bem do mal, o certo do errado. O maniqueísmo petista, do nós contra
eles, caiu por terra para emergir triunfante na boca de um ser
visivelmente desequilibrado e despreparado para assumir e executar com
sabedoria e afinco as funções e atribuições que o cargo exige e compete.
Seria cômico se não fosse trágico. Entregar as rédeas da nação para uma
pessoa que desconhece em seu íntimo o
significado da palavra diplomacia e que um dia chegou a zombar da
democracia é no mínimo insanidade.
- O menosprezo pelas disciplinas consideradas de humanas é sentido na
ausência de senso crítico e do mínimo de embasamento histórico e teórico
para formular e emitir um juízo com critério lógico. A importância do
estudo de geopolítica, história, sociologia e filosofia está
definitivamente comprovado mediante os resultados obtidos nas últimas
eleições. Se os professores destas disciplinas não começarem a reprovar e
cobrar o mínimo de conhecimento do conteúdo ministrado dificilmente
iremos galgar patamares civilizatórios mais elevados. Nos avizinhamos da
barbárie ao implorar pelo retorno dos militares. É um retrocesso sem
parâmetros.
- Pastor não é professor e ao contrário do que
grande parte dos evangélicos supõem eles não são os únicos portadores do
caminho, da verdade e da vida. É bom avisar aos irmãos e irmãs que um
estado laico de direito comporta em si uma visão mais ampla e
abrangente: ecumênica, com aceitação e respeito por todo tipo de
manifestação e denominação religiosa, sejam umbandistas, daimistas,
budistas, espíritas, hinduístas, xintoístas, judeus, muçulmanos, etc. Os
gregos já sabiam a importância do estado laico desde do princípio de
sua "democracia".
- O brasileiro não se preocupa com sua fonte
de informação e isto facilita o processo de dominação e manipulação,
vide zap, tv e jornal.
- Descobri que possuo amigos e amigas,
próximos e conhecidos que defendem e apoiam pessoas com posturas e
atitudes autoritárias e preconceituosas.
- Descobri porque nunca
convivi em certos meios e ambientes. O porquê de nunca ter tido
afinidade com certos lugares e pessoas: vocês são demais para o meu
estômago.
- Descobri que política se discute sim e que amizades
são desfeitas não por posicionamentos ideológicos contrários e sim por
atitudes e comportamentos incompatíveis com a nossa forma de agir,
sentir e pensar.
As reflexões não param de brotar, mas sobre aquilo que não podemos falar, devemo-nos silenciar.
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