imagine por instante
sua vida esvaziada
de toda cor e sentido
preenchida pelo nada
será mais uma cilada
bote certo do inimigo
anda armando arapuca
"passarim" longe do ninho
recolhido no abrigo
buscando novo refúgio
me deleito com a dor
que atinge todo mundo
versado no submundo
a noite oculta tristeza
seja no olhar da puta
no sorriso da princesa
talvez na realeza
respire ar elevado
tenho modos de plebeu
e o espírito refinado
passando por maus bocados
ninguém está por perto
o deserto é solitário
ando meio circunspecto
absolvido em mim mesmo
busco driblar a ignorância
conhecimento de nós mesmos
dilata nossa esperança
lhe convido para a dança
dos mortos tido como vivos
desconhecem a dor da alma
e o poder do espírito
inauguro novo rito
investido de autoridade
se quiser falar com Deus
procure pela humildade
buscando minha verdade
dobrando o meu joelho
cansado de repetir
sempre os mesmos erros
ando perdido no abismo
com meus versos visionários
a dor que trago no peito
é de um bicho enjaulado
de frente para o espelho
contemplo meu inimigo
as vezes está confuso
outra hora enfurecido
por isso emito um riso
irônico e debochado
expulsando mil demônios
no silêncio de meu quarto
porcos fogem como ratos
pertenço a outro planeta
pareço um alienígena
esperando seu cometa
tudo questão de tempo
e de certa prioridade
se depende de nós dois
irei fazer minha parte
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